Os impactos do coronavírus no mercado de seguros
Efeito da pandemia na renda pode impactar o nível de cancelamento e da inadimplência de contratos de seguros
A última edição do estudo Conjuntura CNseg traz as medidas adotadas pelas empresas diante dos impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), reforçando o papel do mercado de seguros. No entanto, os prognósticos não são animadores a médio prazo.
“A reação do setor à pandemia, para preservar a vida e a saúde de dirigentes e colaboradores, foi objeto de reconhecimento. Do ponto de vista dos negócios, há certa unanimidade de que as consequências da pandemia deverão impactar severamente as atividades de seguros”, aponta o presidente da CNseg, Marcio Coriolano.
Segundo o levantamento, a queda do nível geral de atividades e do emprego impacta mais os ramos de danos e responsabilidades, como automóvel, D&O, bem como os seguros de pessoas. Já a queda na renda e no rendimento médio deve afetar produtos como vida, prestamista, saúde e capitalização. O efeito renda também pode impactar o nível de cancelamento e da inadimplência de contratos de seguros.
A redução na circulação de pessoas nas cidades contribui para deprimir a atividade econômica e a capacidade de recuperação. “Esse fator impacta tanto a oferta de produtos de seguros, quanto a sua demanda, e, principalmente, a distribuição de produtos e serviços securitários pelos corretores”, diz o estudo.
No caso da saúde suplementar, a frequência de exames específicos para a Covid-19, além das internações decorrentes da doença, que estão cobertos pelas seguradoras, devem elevar a sinistralidade do ramo.
Outra preocupação do setor é o aumento na frequência de indenizações por morte em decorrência da Covid-19, em contratos que tiveram flexibilizadas as condições de restrição de coberturas para epidemias e pandemias.
“Embora os prognósticos sejam incertos, vale reproduzir resposta de Raghuram Raja, ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) em recente entrevista: ‘A prioridade número um é conter a pandemia (…). Em segundo lugar, o importante é manter as pessoas vivas. (…). E em terceiro lugar, é preciso manter as estruturas econômicas necessárias para que possa haver crescimento quanto este período terminar. Manter as estruturas funcionando se elas não puderem ser restabelecidas rapidamente’”, completa Coriolano.
Confira a Conjuntura CNseg nº 19.