Os mercados regionais na Covid-19: a visão dos presidentes dos SindSegs

Webinar promovido pela CNSeg traz cenário do mercado de seguros na Região Sul, RJ, ES e MS

O quinto encontro da série ‘CNseg Webinars’, realizado na terça-feira, 10, consistiu numa oportunidade para que lideranças de quatro regiões abrangidas pela Confederação das Seguradoras relatassem, para o mundo conectado, como está o mercado de seguros nas respectivas jurisdições, tendo como referencial os primeiros números oficiais divulgados pela Susep considerando dados do período de pandemia do coronavírus. Ao mesmo tempo em que o presidente da CNSeg e da Fenaseg, Marcio Coriolano, abria o seminário lamentando os 21% de queda do desempenho do mercado de seguros de março para abril, ele ressaltava a forte resiliência do setor ante à pandemia e o identificava, como oportunidades às seguradoras, “o sentimento muito mais forte de prevenção contra riscos” que vem crescendo na mente dos brasileiros, nos últimos 70 dias.

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O presidente do Sindseg RJ/ES, Antonio Carlos Costa, comparou o promissor começo de 2020 para as economias fluminense e capixaba com a reversão de expectativa decorrente da crise sanitária provocada pela Covid-19. Segundo o segurador, tendo em favor do Estado o equilíbrio das contas públicas, o Espírito Santo tinha, em janeiro, a perspectiva de crescer acima da média nacional, durante o ano. A economia do Rio de Janeiro calculava uma projeção menos promissora que o Estado vizinho, mas mesmo assim as estimativas eram de um processo de recuperação do crescimento.

No comparativo destacado por Costa no webinar, o ES crescia 8% e o RJ 1%, em março. Porém, em abril, já com a pandemia gerando seus efeitos, houve uma queda de 20% no Rio, comparada a março. No ES, o decréscimo no desempenho da economia foi 18% de março para abril. O presidente do SindSegRJ/ES destacou como bons desempenhos, neste primeiro semestre, no Rio de Janeiro, Seguros de Pessoas e Seguro Habitacional. No Espírito Santo, os destaques no período de pandemia são os seguros patrimonial, de transporte e a capitalização.

Costa enfatizou, ainda, que as companhias seguradoras dos dois estados estão bem mais focadas, no momento, em renovações de seguros, tendo em vista uma redução na procura por novos contratos.
Quanto à retomada das atividades presenciais na Região, ele ressaltou como fator de risco de disseminação do coronavírus a elevada densidade demográfica carioca (5100 habitantes por quilômetro quadrado; 10 mil hab/Km2, na zona norte da Capital).

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Altevir Prado é presidente do SindSeg PR/MS.

Altevir Prado, presidente do Sindseg PR/MS, afirmou que em Curitiba a economia já recomeçou. Com menos de 50% dos leitos de UTI ocupados, do setor de prestação de serviços, apenas as escolas seguem 100% fechadas na capital paranaense. Ele destacou o “show que as seguradoras deram até aqui, mantendo o atendimento e a distribuição de produtos, graça ao preparo tecnológico que as empresas revelaram, durante a pandemia”. “Os seguradores da região levaram facilidade em termos de contratação e em termos de atendimento aos corretores e segurados. Nenhuma seguradora quis inventar a roda, facilitou o que já se tinha antes da crise”, exultou.

Waldecyr Schilling é presidente do SindSeg SC.

Para depois da crise, Prado vislumbra que será forte o debate sobre a continuidade de situações que estão dominando o cenário atual, como dispensa de vistoria presencial, vistoria facilitada ou regulação de sinistros remotos. Ele não tem a certeza de que essas ações irão se manter no formato virtual. “Depende de o mercado combater as fraudes, cujos registros são bem altos no Brasil”.
Waldecyr Schilling ressaltou o forte poder de resiliência de Santa Catarina, “que já passou por recentes enchentes e conseguiu manter sólido o setor de seguros”. O presidente do Sindseg SC deu destaque, na webinar, ao fato de todas as seguradoras que operam no território catarinense terem aderido ao movimento nacional “não demita”. E citou as ações que o sindicato está efetivando, em parceria com municípios, para dar informações à população sobre a pandemia.

Quanto ao pós-pandemia, Schilling considera o mercado segurador preparado para utilizar inteligência artificial, acrescentando que “o consumidor de seguros tem um perfil bastante conectado. Ressaltou,

Guilherme Bini é presidente do SindSeg RS. Fotos: Filipe Tedesco/JRS

também, que cresce o interesse da população por informações sobre seguros residencial e sobre o cyber risks, o que se configura em clara oportunidade para os operadores em seguros.

“Os grandes destaques, no primeiro quadrimestre, são a carteira rural e o seguro de pessoas”, destacou Guilherme Bini, presidente do SindSegRS, sobre o panorama do setor nos Pampas. “Toda crise gera oportunidades, e a quebra de safras decorrente da estiagem é uma oportunidade para os operadores de seguro rural”, comentou o segurador, enfatizando que a maioria dos produtores rurais gaúchos tiveram prejuízos recentemente e não estavam amparados por seguros”. No Rio Grande do Sul, apenas 15% dos produtores rurais estão protegidos por seguro agrícola.

Bini aponta novas oportunidades de negócios citando como indicador o fato de que aumentou 19% a pesquisa da expressão Seguros de Pessoas no Google, durante a pandemia. “O corretor de seguros precisa estar muito atento ao crescimento do interesse do consumidor nas carteiras de Vida e também na carteira Educacional”, frisou.

O presidente Marcio Coriolano encerrou a webinar ressaltando, a respeito da possibilidade de as seguradoras voltarem a ocupar estruturas físicas, que ninguém está com pressa, tendo em vista o papel das companhias de preservar a saúde e a vida. É possível que as pessoas estejam, sim, é com pressa de assistir ao próximo seminário da CNSeg, na expectativa de que será novamente bastante elucidativo.

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