Otimismo dos empresários brasileiros com a economia cai 5 p.p. e fica em 57%, revela pesquisa da Grant Thornton

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Realizado em 28 países com mais de 4,6 mil empresários, o estudo semestral International Business Report (IBR), da Grant Thornton, mostra queda do otimismo com relação à recuperação da economia em diversos países nos próximos 12 meses

O Brasil caiu quatro posições no ranking global que avalia o grau de otimismo com a economia para os próximos 12 meses, passando de 13º para 17º lugar. Na pesquisa anterior, em dezembro de 2021, o índice de otimistas ficou em 62% e no primeiro semestre deste ano baixou para 57%.

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O aumento das expectativas positivas dos empresários foi observado em menos da metade dos países pesquisados, cuja liderança ficou com o Vietnã, com 88%, seguido pela Austrália (83%) e pelos Estados Unidos (81%). Na América Latina foram registrados 55%, enquanto o índice global ficou em 64%.

Apesar da queda no ranking, a confiança no crescimento da receita e aumento no volume de negócios entre os brasileiros deu um salto de 6 p.p., passando para 82%, índice que coloca o país em terceiro lugar neste item, atrás da Indonésia (87%) e do Vietnã (85%). A América Latina aparece com 72% e o índice global ficou em 58%. O item lucratividade seguiu na mesma linha positiva, com 82% dos empresários brasileiros confiantes no seu aumento. No topo aparece o Vietnã (87%), seguido pelo Brasil (82%) e Nigéria (81%). A América Latina, com 65%, ficou em posição bem acima do índice global de 54%.

Com relação ao número de empregos, os brasileiros são os que têm maior expectativa de crescimento para os próximos 12 meses. Com índice de 76%, 3 p.p. acima do resultado anterior, o Brasil assume a liderança neste item, seguido pelo Vietnã (71%) e Índia (70%). Vale ressaltar que no primeiro semestre de 2020, com a chegada da pandemia da covid, o país apresentou uma das mais baixas expectativas, de apenas 46%.

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Os investimentos nas habilidades das equipes seguem em alta no país, confirmados por 78% dos empresários, contra 75% na pesquisa passada. Com isso, Brasil e Nigéria, com o mesmo índice, ficaram atrás somente da Indonésia, com 79%, e seguido pela Índia, com 76%. O índice da América Latina foi de 62% e a média global de 55%.

Os entrevistados também destacaram os investimentos em pesquisa e desenvolvimento para os próximos 12 meses. O Brasil atingiu o índice de 76% dos que pretendem investir mais, contra 74% no segundo semestre de 2021. No ranking global, o país manteve o segundo lugar – empatado com a Índia –, atrás da Nigéria, com 79%, e à frente do Vietnã, com 74%. A média global ficou em 55% e a América Latina com 60%.

O setor de Tecnologia da Informação também vem ganhando destaque a cada edição da pesquisa. Dos empresários brasileiros consultados, 81% afirmaram que investirão mais nos próximos 12 meses. Na média anual das pesquisas anteriores, o índice ficou em 70%, em 2020, e 76%, em 2021, contra 64% do período pré-pandemia da covid, em 2019.

“De forma geral, os resultados mostram que o otimismo dos empresários, que vinha crescendo depois da fase mais crítica da pandemia da covid, deu uma retraída. Esse recuo muito provavelmente foi uma reação ao temor dos impactos econômicos que poderiam ser provocados pela invasão da Ucrânia pela Rússia, que ainda não eram claros na fase de coleta de dados da pesquisa. Acrescenta-se a isso, a alta da inflação e das taxa de juros, além do risco de recessão em diversos países, que podem interferir nos planos estratégicos das empresas”, avalia Daniel Maranhão, CEO da Grant Thornton Brasil.

“No Brasil, apesar da queda do otimismo com a economia nos próximos 12 meses, os entrevistados se mostraram confiantes em questões importantes, como aumento do volume de negócios e crescimento da receita, o que mostra maior autonomia das empresas com relação aos rumos econômicos do país, sobretudo em ano eleitoral”, analisa.

Os entraves

O que limita o crescimento dos negócios foi outra questão abordada pela pesquisa IBR e, para os empresários brasileiros, os principais pontos apontados são a falta de financiamento (41%), que é ainda mais grave na Índia (69%), nos Estados Unidos (66%) e na Nigéria (51%); e a falta de profissionais qualificados para 51% no Brasil, 74% na Índia, 67% nos Estados Unidos e 59% na França. As incertezas econômicas também aparecem como entrave para 58% dos brasileiros, índice que é ainda maior na Índia (73%), Argentina (72%), Turquia e Estados Unidos (68%); além da infraestrutura de transporte, problema para 40% dos entrevistados no Brasil, 73% na Índia, 69% nos Estados Unidos e 55% na África do Sul e Austrália.

A questão sobre salários continua mostrando uma grande distância entre expectativa de aumento e aumento real, principalmente no Brasil. As respostas para as expectativas de crescimento dos salários apresentaram índices muito altos: 97% na Índia, 93% na África do Sul, 91% nos Estados Unidos e 75% no Brasil. Mas, para a expectativa de aumento real de salários, os índices despencaram. Somente 9% dos entrevistados brasileiros acreditam nessa possibilidade, contra 15% na pesquisa anterior. Os empresários mais otimistas são os da Índia (51%), Turquia (42%) e os das Filipinas (36%).

“Apesar da alta da inflação e da redução de financiamento de fontes governamentais, com taxas de juros mais competitivas, os empresários brasileiros seguem confiantes na continuidade do crescimento de seus negócios, sinalizando que as reestruturações impostas pela pandemia, com busca de maior produtividade e conquista de novos mercados, foram bem fundamentadas e devem dar bons resultados”, finaliza Maranhão.

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