Outra visão sobre a Youse e demais players

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“Quem ficar preso ao passado vai desaparecer”, afirma especialista

Conforme antecipado por JRS na última sexta-feira, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) autorizou a operação da Youse como seguradora digital. A plataforma permite a contratação de seguros sem o intermédio do corretor de seguros, através de plataforma online, o que gerou bastante polêmica nos últimos meses.

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Segundo a publicação da autarquia que regula o mercado brasileiro de seguros, a decisão em relação a Youse é baseada no disposto na alínea a do artigo 36 do Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, além do que consta no processo Susep 15414.630784/2017-67. A seguradora digital agora será uma sociedade anônima e deverá alterar o objeto social, para contemplar a exploração das operações de seguros de danos e pessoas.

O estatuto social da Youse deverá sofrer alterações, após assembleia geral, para adaptação ao que está disposto no artigo 94 do Decreto-Lei nº 73, de 1966, que regula as operações de seguros e resseguros no Brasil. O capital social foi elevado para R$ 40 milhões, divididos em 40 milhões de ações ordinárias nominativas, sem valor nominal.

Para o professor da Escola Nacional de Seguros e diretor de ensino do Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio de Janeiro, Arley Boullosa, “o cliente não é de ninguém”. “Não adianta acharmos que o mercado será apenas dos corretores tradicionais, cada vez mais teremos outros agentes entrando, e isso é ótimo”, explica.

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Segundo Boullosa, a penetração do ramo segurador ainda é muito pequena. “Demos e damos muito espaço para a concorrência pela ineficiência. Se não abordamos, não vendemos. Se não fazemos, alguém vai fazer, e não adianta ficarmos reclamando”, conta. Para o professor, os corretores precisam investir em qualificação, profissionalismo e “partirem para o ataque e fazer diferente”.

“Quem ficar preso ao passado vai desaparecer. Precisamos ser menos amadores porque não vai parar apenas na Youse. O Brasil tem um potencial enorme, todos querem dinheiro novo e o setor de seguros tem muito”, diz Arley Boullosa.

Para o diretor de ensino do Sincor-RJ é a hora de utilizar a tecnologia a favor dos profissionais da corretagem. “Quem não tiver planejamento, estratégia, metas, gestão de pessoas e foco, vai ficar para trás. Não é hora de reclamarmos, é hora de mudar, reinventar e trabalhar muito mais”, completa.

Para finalizar, o especialista lembra que a operação da Youse não incomoda o corretor que se qualifica. “Podemos aprender muito com a Youse, com seus erros e acertos. Ficar se lamentando é perda de tempo. Sempre vai ter espaço para quem é bom no que faz. Quem não se garante precisa de ‘proteção’. Vamos enfrentar que o mercado mudou e somente os melhores irão seguir em frente”, finaliza.

Procurada, a Susep limitou-se a comentar que a companhia seguiu o mesmo processo de exigências de operação que qualquer outra seguradora.

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