Planos de saúde registram menor número de beneficiários desde março de 2012
Levantamento do IESS destaca que, apesar da retração, não há motivos para alarme
Mais de 133 mil vínculos com planos de saúde médico-hospitalares foram rompidos entre julho de 2019 e o mesmo mês do ano passado. Com a queda de 0,3% apontada pela Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), o setor passou a atender 46,99 milhões de beneficiários. Esta é a primeira vez desde março de 2012 que as carteiras das Operadoras de Planos de Saúde contam com menos de 47 milhões de vínculos.
José Cechin, superintendente executivo do IESS, pondera que apesar de os números parecerem negativos em uma primeira análise, podem ser encarados apenas como o setor “andando de lado”. “O setor está patinando, mas não há uma indicação de que devemos iniciar um período de retração no total de beneficiários como aconteceu a partir de dezembro de 2014”, analisa. “A saúde suplementar, assim como a economia de forma geral, vem ensaiando um processo de recuperação que está demorando mais para engatar do que os analistas de mercado previam. No momento, há mais indícios de que essa ligeira variação negativa seja um soluço do que uma inversão de expectativas”, completa.
Segundo os dados da NAB, dos 133,3 mil vínculos rompidos nos 12 meses encerrados em julho de 2019, 91,1 mil concentram-se no Estado de São Paulo. “Enquanto o Centro-Oeste e o Norte do País tiveram aumento no total de beneficiários, o Sul, o Sudeste e o Nordeste tiveram retração. Sendo que o recuo mais expressivo em números absolutos foi mesmo o de São Paulo. Por outro lado, 91,1 mil vínculos não representam nem mesmo 1% do total de beneficiários no Estado”, explica Cechin. “Logo, o setor deve ficar atento a este comportamento, mas ainda não é nada alarmante”, afirma.
A NAB ainda indica que apesar de o total de beneficiários ter caído como um todo, houve aumento de 2,2% na quantidade de vínculos com pessoas de 59 anos ou mais, o que equivale a 147,3 mil novos contratos. “Há alguns grupos etários e atividades econômicas, como o setor agroindustrial, que continuam contratando planos de saúde médico-hospitalares. É preciso analisar profundamente esses segmentos para ver o que tem influenciado positivamente esse comportamento e como replicá-lo em outras atividades”, conclui Cechin.
Planos Odontológicos
Enquanto o mercado médico-hospitalar ainda está tentando voltar a crescer, o segmento de planos exclusivamente odontológicos tem apresentado avanços expressivos. Entre julho de 2018 e o mesmo mês de 2019, o setor cresceu 6,2%, somando 1,5 milhão de novos vínculos. No total, o setor conta com 24,96 milhões de beneficiários.