Preço dos combustíveis e guerra disparam custo de produção e piora expectativa econômica das micro e pequenas indústrias

Reflexos impactam na elevação da inflação, perda do poder de compra, custos de produção mais caros e reajuste de preços dos produtos

A sequência de reajustes nos preços dos combustíveis e derivados do petróleo e a guerra na Ucrânia desencadearam uma série de consequências para as micro e pequenas indústrias (MPI’s), entre elas o aumento nos custos de produção, faturamento e lucro menores. De acordo com a pesquisa Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo, realizado pelo Datafolha, a pedido do Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo (SIMPI), 59% dos dirigentes avaliam que a alta nos preços dos combustíveis anunciada no início de março com certeza diminuirá o lucro da empresa. Para 56%, essa alta levará ao reajuste de preços de produtos e serviços. Outros 53% acreditam que haverá queda no faturamento. Em 31% dos casos é possível que haja interrupção ou adiamento de investimentos na empresa. Conforme gráfico a seguir:

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Reflexos da guerra

O conflito no leste europeu tem provocado reflexos diretamente nas empresas brasileiras. Segundo a pesquisa, um em cada quatro dirigentes (25%) acredita que a guerra na Ucrânia prejudicará muito o próprio negócio. Para 52%, haverá muitos prejuízos no fornecimento de matéria-prima e insumos para a indústria brasileira. Outros 50% acreditam que o conflito prejudicará muito a economia brasileira de forma geral.

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Piora na expectativa econômica do país

Na comparação com o mês anterior, a expectativa negativa sobre economia do País subiu de 19% para 30% entre as MPI’s, voltando ao patamar de novembro de 2021. Para 35% dos dirigentes situação econômica fica como está.

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Inflação

Também cresceu de forma significativa a expectativa de alta na inflação. De acordo com a pesquisa, 70% das micro e pequenas indústrias esperam que haja alta nos preços nos próximos meses. O índice é mais alto do que o registrado em janeiro deste ano (53%) e fica abaixo apenas do registrado em março de 2021 (77%).

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Custos de produção voltam a subir

O Índice de Custos das micro e pequenas indústrias confirma a previsão pessimista dos dirigentes. De acordo com o gráfico abaixo, que varia de 0 a 200, com o resultado positivo sendo aquele mais próximo de 200, os dados indicam que, ao cair de 81 para 72 pontos, a maioria das empresas seguem pressionadas pela alta nos custos de matérias-primas e insumos.

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Ainda segundo a pesquisa, 64% das micro e pequenas indústrias tiveram alta significativa de custos, voltando ao patamar de janeiro.

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Na avaliação do presidente do Simpi, Joseph Couri, a pesquisa indica que os eventos mundiais estão refletindo bastante na economia brasileira, especialmente entre as MPI’s. “Os próximos meses serão desafiadores. Deve haver uma queda ainda maior no poder de compra, elevação de custos e aumento do pessimismo entre os empresários. Com isso, a expectativa de fim da crise econômica e retomada rápida do crescimento voltou a perder terreno para uma previsão mais negativa. A pesquisa aponta que ainda não é possível prever quando a crise vai acabar nem quando o país conseguirá retomar um nível de crescimento consistente”, acredita.

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