Profissões ligadas aos cuidados com a terceira idade estão em alta no mercado de trabalho
Cuidador de Idosos é uma das áreas que mais ganhou espaço nos últimos anos; qualificação é fundamental na hora da contratação
Segundo dados do Ministério do Trabalho, em dez anos, de 2007 a 2017, a atividade de cuidador de idosos teve crescimento de cerca de 550%. Com esses números, lidera o ranking das ocupações que mais ganharam espaço no mercado. Não é difícil entender o motivo quando se lembra que a expectativa de vida no Brasil passou de 54 anos, na década de 60, para 76, em 2018. Os números vão colocar o país na sexta posição dos números índices com a maior quantidades de idosos até 2025. Portanto, à medida que a população envelhece, a necessidade de cuidados especiais aumenta.
A atividade de cuidador, no entanto, nunca foi regulamentada. Em maio de 2019, o Senado aprovou o projeto de lei que normaliza a profissão. Agora só falta a sanção presidencial. Para exercer a função é necessário ter ensino fundamental completo e curso de qualificação na área (com carga horária de 160 horas, pelo menos), idade mínima de 18 anos, e não ter antecedentes criminais.
Números em alta
No ano passado, outras carreiras ligadas ao setor da saúde se destacaram na geração de vagas com carteira assinada. De acordo com o Ministério do Trabalho, foram 46.991 contratações para enfermagem, 38.608 farmacêuticos, 11.884 para médicos clínicos e mais de 10 mil nutricionistas e fisioterapeutas. É um segmento que deve continuar com oportunidades de emprego até o final de 2019.
O diretor do Grupo Canadá Saúde, Eduardo Frutuoso, com quatro unidades de residenciais sênior em Ribeirão Preto, é fisioterapeuta e administrador de empresas. Para ele, a saúde é uma área promissora, ainda mais diante do cenário de envelhecimento da população. “Existem, de fato, muitas oportunidades de trabalho. Em nossos residenciais sênior, temos uma equipe multidisciplinar, são quase 100 colaboradores entre cuidadores, técnico e auxiliar de enfermagem, enfermeiros padrão, fisioterapeutas, psicólogos, farmacêuticos e nutricionistas. Estamos sempre em busca de aprimorar a equipe para podermos melhorar continuadamente nossa prestação de serviços.”
Segundo Frutuoso, a qualificação profissional é fundamental na hora da contratação. “Porém além de ser um profissional especializado é importante nesse trabalho ter a sensibilidade para lidar com idosos”, destaca.
Amor pelo que faz
Mateus Lopes trabalha há quase um ano no Canadá Residencial Sênior. Antes, exercia a profissão de jardineiro. Atualmente ele está cursando técnico de enfermagem e trabalha como cuidador na empresa. “Acredito que um dos pontos fundamentais também para a minha contratação, além da qualificação, foi quando eu disse que gosto de atuar com idosos. Na verdade, no meu dia a dia, vejo os meus avós em cada um deles e tenho o mesmo carinho por todos. Estou muito satisfeito e feliz com a nova profissão”, diz.
Mão de obra qualificada
Muitos projetos de capacitação e formação têm sido ofertados pelo país. A ideia é preparar melhor os candidatos e aproveitar o nicho que surge a partir dessa demanda na área de saúde.
O Senac de Ribeirão Preto, por exemplo, oferece o curso de Cuidador de Idosos, com duração de 160 horas. Segundo Faustino Correia Neto, docente da área de saúde e bem-estar da unidade, as turmas, compostas por 33 alunos, costumam estar com vagas esgotadas em curto período de tempo, pois a procura pelas formações voltadas para os cuidados com idosos é cada vez maior. “As oportunidades que disponibilizamos são importantes na capacitação da mão de obra para a prestação desse serviço, e quem ganha é a população. O cuidador é preparado para o mercado de trabalho tanto em termos técnicos como humanitários. A regulamentação da área é uma ótima notícia, porque garante direitos trabalhistas aos profissionais. Os idosos também são beneficiados com isso, pois são cuidados por profissionais com mais conhecimento e preparo na área da saúde”, afirma.