Projetos inovadores visam fomentar o turismo sustentável no litoral do RS

Iniciativas selecionadas pelo Camp Oceano acontecem em Torres e Tramandaí

Dois projetos do Rio Grande do Sul receberão apoio técnico e financeiro para fomentar o turismo sustentável no litoral do Estado. As iniciativas foram selecionadas pelo Camp Oceano, iniciativa nacional da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, em parceria com a Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná. A observação presencial e virtual da fauna marinha no município de Torres e um projeto de turismo de base comunitária que incentiva a pesca cooperativa em Tramandaí estão entre as 19 iniciativas de todo o país que receberão suporte financeiro total de R$ 3,7 milhões para serem executadas a partir de 2022, ao longo de 12 a 36 meses.

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“Estamos muito satisfeitos com o resultado desse processo. Contamos com a participação de muita gente criativa, bem preparada e comprometida com a sustentabilidade do oceano. Chegamos a propostas capazes de gerar impactos positivos e duradouros para a conservação de nossas áreas costeiras e marinhas, além de estimular o desenvolvimento social e econômico da região”, comemora a diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, Malu Nunes. O Camp Oceano estimulou a cocriação de propostas a partir de capacitações, mentorias e suporte técnico. Agora, as melhores recebem recursos para serem executadas.

Iniciativa do Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos do Rio Grande do Sul (Gemars), o projeto Como Virar Torres para o Mar? tem por objetivo a observação presencial e virtual da fauna marinha em Torres. A proposta pretende chamar a atenção da cidade para sua costa por meio da implementação do turismo de observação dos lobos e leões-marinhos, sem precisar estar embarcado.

O Botos da Barra, outro projeto gaúcho que receberá o suporte financeiro, é uma solução para potencializar o turismo de base comunitária atrelado à conservação da natureza na Barra do Rio Tramandaí. Por meio de métodos participativos de qualificação e conscientização dos atores locais, da valorização dos serviços e da paisagem de beleza cênica, o projeto da ONG Kaosa pretende ser catalisador da sustentabilidade de comunidades pesqueiras e litorâneas.

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As iniciativas apoiadas neste ano respondem a pelo menos um dos três desafios apresentados pelo Camp Oceano: fomentar o turismo responsável, conservando a biodiversidade; reduzir a poluição no oceano e incidentes ambientais; e mitigar os efeitos da crise climática nas cidades costeiras. O Camp recebeu 138 propostas de solução envolvendo cerca de 900 participantes, com uma maioria de mulheres (54%). “Temos observado um crescente protagonismo feminino em projetos de conservação e não foi diferente no Camp Oceano”, frisa Malu. O projeto de Torres, por exemplo, é liderado pela bióloga Larissa Rosa de Oliveira.

As propostas selecionadas são direcionadas para 11 estados brasileiros das regiões Sul, Sudeste e Nordeste e algumas delas têm potencial para serem aplicadas em toda a costa brasileira. “Além de buscarmos ideias inovadoras, procuramos iniciativas replicáveis, com benefícios significativos para a conservação e que também apresentassem viabilidade econômica”, explica a diretora executiva da Fundação Grupo Boticário.

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