Qual a relação da diabetes com a saúde bucal?

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Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) responde essa pergunta

A diabetes, doença caracterizada pelo aumento da glicose no sangue, afeta mais de 8% da população brasileira, segundo a última pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde. Diante deste cenário, os profissionais da área estão cada vez mais alertas para identificar e tratar pessoas com o problema, incluindo o cirurgião-dentista.

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De acordo com a literatura médica, pacientes com diabetes têm alto risco de desenvolver problemas bucais por conta do descontrole da glicemia e interferência na produção salivar. Desta forma estão mais suscetíveis a infecções.

A gengivite e a periodontite, estágio mais avançado da inflamação na gengiva, inclusive com perdas ósseas, são os problemas mais comuns entre os diabéticos. “As doenças periodontais podem alterar o nível glicêmico nesses pacientes, embora essas mudanças não sejam suscetíveis apenas a diabéticos”, acrescenta a cirurgiã-dentista e presidente da Câmara Técnica de Pacientes com Necessidades Especiais (CT PNE) do CROSP, Adriana Zink.

Distúrbios de cicatrização e alterações fisiológicas, que reduzem a capacidade imunológica, aumentando a probabilidade de infecções, também são observados em pacientes com diabetes.

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Essa condição exige que diabéticos sejam tratados de forma interdisciplinar. Portanto, todos os profissionais da saúde envolvidos devem conversar para proporcionar melhor qualidade de vida possível.

Cuidados especiais antes do tratamento

Antes de realizar procedimentos odontológicos é recomendada a solicitação de alguns exames laboratoriais como glicemia, hemograma, hemoglobina glicada e o radiográfico. Eles é que indicarão se o diabético apresenta alguma descompensação.

“Caso ele esteja descompensado, o profissional avaliará se há necessidade imediata do atendimento e também sobre o ambiente mais adequado para o tratamento, entre ambulatório ou hospital”, explica a presidente da CT de PNE.

Ao procurar pelo profissional da saúde bucal, o mais recomendado é recorrer ao cirurgião-dentista especialista em PNE, embora o clínico-geral também tenha em sua formação o preparo para o atendimento do paciente com diabetes.

Quando o paciente não sabe que tem diabetes…

O cirurgião-dentista pode ajudar a identificar um paciente diabético. Para tanto, o profissional deve cruzar os dados coletados na anamnese (entrevista) com os obtidos pela análise clínica, além de solicitar exames laboratoriais.

Durante a avaliação é importante que o profissional da odontologia leve em consideração alterações como hipoplasia (desenvolvimento defeituoso dos tecidos) e hipocalcificação do esmalte, diminuição do fluxo, aumento da acidez e da viscosidade salivar.

Outros incômodos relatados pelos pacientes como boca seca, sensação de ardência, presença de aftas, lesões, hálito cetônico, náuseas e vômitos também não devem ser ignorados na consulta. “Depois de tudo, a indicação para uma consulta ao endocrinologista será muito importante”, destaca a cirurgiã-dentista.

Para manter a saúde em dia

Para evitar a progressão e agressividade da doença periodontal, comum em diabéticos, a recomendação é redobrar os cuidados com a higiene utilizando a escova, pasta de dente e fio dental. As visitas preventivas ao cirurgião-dentista também auxiliarão no controle da saúde bucal e da possível descompensação do diabetes.

“Todo paciente com comprometimento sistêmico, como o diabetes, deve ter uma rotina de visitas preventivas ao consultório odontológico para garantir a saúde integral”, alerta Adriana Zink.

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