Setor de seguros contribuiu para que queda do PIB não fosse ainda maior

Marcio Coriolano, presidente da CNseg, participou do CCS-RJ Connection 2020

O Brasil registrou uma assustadora queda de 9,7% no Produto Interno Bruto (PIB), no último trimestre. A boa notícia é que o mercado segurador foi responsável por contribuir para que a queda no setor de serviços não fosse ainda maior. Foi o que destacou o presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Marcio Coriolano, durante participação no Connection 2020, em entrevista ao repórter do JRS, William Anthony. O evento híbrido acontece até ás 21h da quarta-feira, dia 2, e foi organizado pelo Clube dos Corretores de Seguros do Rio de Janeiro (CCS-RJ) em parceria com a Educa Seguros.

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“Todos que militam no mercado de seguros dizem que os atributos principais deste segmento são produção, emprego e renda. No caso dos seguros empresariais as empresas investem em proteção de acordo com sua capacidade de produção. No caso do emprego formal estão relacionados os seguros de vida corporativos e os planos de saúde, por exemplo. Quando se fala em renda ela impacta indistintamente em todos os ramos de seguros. Este é o combustível dos seguros massificados – como vida, previdência e automóvel”, exemplificou Coriolano ao lembrar da grave crise econômica que atingiu o Brasil entre os anos de 2015 e 2016. “A recessão deste período atingiu esses três aspectos. Diversos setores foram afetados e não foi diferente com o mercado de seguros, que começou a se recuperar em 2018 e registrou um crescimento de 12,2% em 2019”, completou.

Entretanto, o presidente da CNseg lembra que o mercado segurador sempre reage positivamente aos ciclos econômicos. “O setor rapidamente captura oportunidades e existem muitas possibilidades de crescimento no Brasil”, explicou.

O correspondente do JRS em São Paulo, William Anthony, e o presidente da CNseg, Marcio Coriolano, durante a entrevista / Divulgação / CCS-RJ
O correspondente do JRS em São Paulo, William Anthony, e o presidente da CNseg, Marcio Coriolano, durante a entrevista / Divulgação / CCS-RJ

Para Marcio Coriolano, a diferença deste momento atravessado pela sociedade é que a crise está diretamente ligada a questão de mobilidade. “As pessoas e mercadorias ficaram sem poder se locomover. Isso gerou a crise econômica. A resiliência, específica no setor de seguros, e sua capacidade de reação mostraram que o primeiro trimestre chegou a ser melhor em 2020 do que em 2019. O problema foi o segundo trimestre. Abril foi o período mais difícil, neste mês a queda foi na ordem de 22%, em comparação com o mesmo período do ano passado. O setor registrou uma breve recuperação em maio, impulsionada pelos planos PGBL e VGBL – que ficou em evidência por conta da queda da rentabilidade da poupança. Em junho o mercado já obteve crescimento”, analisou ao citar as reformas, inovação e demais questões regulatórias.

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Durante o bate-papo, de aproximadamente 40 minutos, o especialista reiterou que os colaboradores da CNseg “não pararam de atuar em defesa e no amparo das associadas, grupos técnicos e programas educacionais”. “A Confederação reagiu da mesma forma que o mercado, que estava absolutamente preparado para isso de forma moderna e tecnologicamente avançada. Em uma semana estávamos com a maioria de nossos colaboradores em home office e isso aconteceu em todo o setor, dada existência dos Planos de Continuidade de Negócios – algo preconizado pelo órgão regulador. O home office possibilitou que a conexão com o segurado se desse em qualquer âmbito da atividade securitária”, resumiu.

Coriolano aproveitou o encontro com os corretores de seguros para destacar que estes profissionais integram duas metades de um mesmo propósito. “Existe quem formula e faz os produtos e quem os distribui. Essa é uma dupla permanente. Uma não existe sem a outra”. No final da entrevista, o convidado disse que o corretor tem o dever de capturar as oportunidades que surgem neste momento de incertezas. “É hora de ficar atento e saber o que cada segmento da população quer e precisa, saber aquilo que está acontecendo no mercado. A consultoria do corretor fica cada vez mais em evidência e o que faz diferença neste momento são capacidade e formação técnica. A vida é feita de desafios e competição. É isso que está em nossa Constituição. É isso que faz as coisas se desenvolverem e acontecerem”, finalizou.

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