Setor segurador ganha a primeira empresa especializada em resolução de conflitos

Companhia de seguros que utilizou os serviços da MediarSeg, recebeu o prêmio Conciliar é Legal, do CNJ

Mirian Queiroz é CEO da Mediar Group / Divulgação
Mirian Queiroz é CEO da Mediar Group / Divulgação

O grande volume de ações envolvendo o mercado das seguradoras abriu espaço para a criação da MediarSeg, empresa que faz parte da Mediar Group, startup brasiliense de conciliação e negociação online, especializada em acordos extrajudiciais. O alto índice de judicialização e a eficácia do procedimento, encorajou a advogada, mediadora e CEO da Mediar Group, Mirian Queiroz, a fundar a primeira empresa brasileira especializada em conflitos securitários. “Após um trabalho exitoso nessa esfera e estudos inspirados em iniciativas vindas de Portugal, constatei que o mercado precisava de um serviço personalizado e especializado nas demandas desse setor. Existem câmaras criadas por sindicatos para solucionar conflitos de corretagem, mas o trabalho desenvolvido na MediarSeg é direcionado ao conflito entre companhia e segurado”, revela Mírian.

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O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apurou o número de processos contra as empresas, foram registradas 310 mil ações, em 2019. Os processos deste setor são naturalmente morosos, seja para a verificação de danos, seja para a delimitação da respectiva extensão e responsabilidade, de acordo com o que foi contratado na apólice, colocando em lados opostos, seguradora e segurado. “Não é interessante para as companhias acumularem processos que se arrastam na Justiça, passar por correções de juros, honorários, inversão de ônus da prova, inversão do encargo processual e financeiro ao longo dos anos. A principal função da MediarSeg é desburocratizar o setor securitário, oferecer soluções práticas para as seguradoras, atender às necessidades dos envolvidos e contribuir para redução de reclamações e processos”, explica a CEO.

Este ano, uma das companhias atendidas pela MediarSeg, recebeu o prêmio Conciliar é Legal, do CNJ, esta é a primeira vez que uma empresa do setor recebe o título. Para Mírian, o prêmio chancela a eficácia do procedimento. “Essa iniciativa nos mostra que é possível solucionar disputas sem acessar o Poder Judiciário, que possui um volume denso de ações. Apostamos na via alternativa para finalizar as demandas da companhia e o resultado foi satisfatório, seis vezes mais acordos para a seguradora e uma economia de mais de R$ 6,5 milhões pelo encerramento antecipado de processos. Desenvolvemos um trabalho colaborativo, unindo tecnologia e trabalho humanizado. Podemos dizer que não se trata de apenas mais uma forma alternativa de resolução dos conflitos, mas de um novo e definitivo modelo a ser seguido na gestão inteligente de carteiras securitárias”, diz Mírian.

Durante este momento de pandemia, outro benefício do procedimento online é a preservação da saúde dos envolvidos, não sendo necessária a locomoção das partes para a realização da negociação. Em razão dos impactos financeiros provocados pela pandemia e o necessário isolamento social, é imprescindível a busca por soluções alternativas que visam a redução da judicialização dos conflitos. A conciliação, realizada por meio de plataforma online, busca o acordo satisfatório para todos os envolvidos, a partir do auxílio de uma figura neutra e imparcial, o conciliador. O procedimento online está amparado na Lei nº 13.140 de junho de 2015, que permite que a conciliação seja realizada com auxílio da internet.

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Alessandra Silva é coordenadora da MediarSeg / Divulgação
Alessandra Silva é coordenadora da MediarSeg / Divulgação

“Estamos vivendo um período delicado, sabemos que não estamos trabalhando com processos, mas com vidas, ter esse olhar durante as tratativas é muito importante. A judicialização excessiva só traz transtornos, não só ao Poder Judiciário, como também ao cliente. Estamos contribuindo para a desburocratização de conflitos do setor, para o descongestionamento da Justiça e para uma mudança de cultura”, explica Alessandra Silva, coordenadora da MediarSeg.

É importante ressaltar que, a partir de iniciativas como essa, o Poder Judiciário também é beneficiado pela redução do volume de processos. O Prêmio Conciliar é Legal, é uma maneira de incentivar as empresas a solucionarem os conflitos por meio dos métodos autocompositivos, uma tentativa do CNJ de esvaziar o estoque de processos, em escala crescente. A conciliação, portanto, é uma solução que permite reduzir custos, evitar o ingresso de novos processos, finalizar os que estão judicializados, acelerar a resolução de conflitos e fidelizar o cliente.

“Escolhendo a via alternativa, as companhias de seguros colaboram com as novas disposições do Código de Processo Civil, como verdadeiras amigas da Justiça, servindo de exemplo para que outros diferentes segmentos possam trilhar o mesmo exitoso caminho. Esta solução se mostra altamente eficaz, além de reduzir custos processuais, desgaste emocional e atender às reclamações de maneira célere. Precisamos incentivar a cultura de pacificação e da prevenção de processos, tendo em vista que grande parte deles não necessitam da intervenção do judiciário para serem finalizados, assim, evitamos que as empresas tenham um grande volume de ações”, diz Alessandra.

Além de atender as demandas judicializadas, a MediarSeg também atua de maneira preventiva na Ouvidoria e nos SACs das empresas. “Essa é uma maneira de evitar o surgimento de novos processos, consequentemente, promovemos a melhoria da imagem das empresas perante os tribunais, influenciamos positivamente no índice de satisfação e manutenção do clientes, que são atendidos de maneira célere, reduzimos os custos operacionais da judicialização e contribuímos com o bom funcionamento da Justiça”, finaliza Mírian.

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