Sinistralidade elevada a caminho do México
Fitch Ratings começa a estimar perdas que caberão às seguradoras e impactos sobre a rentabilidade
As seguradoras mexicanas devem se preparar para desembolsos maiores e, possivelmente, capazes de afetar sua rentabilidade neste ano. A advertência partiu da Fitch Ratings, ao fazer as contas das perdas do terremoto de 19 de setembro, ao lado de outras catástrofes naturais ocorridas neste ano. “As áreas afetadas representam 49,6% do total de prêmios emitidos no País e 51,6% dos prêmios do ramo de terremoto”, escreveu a agência de classificação.
Antes do terremoto, a Fitch Ratings assinalou que a sinistralidade das seguradoras mexicanas já tinha aumentado em razão dos furacões e chuvas e da forte aceleração do roubo de veículos. “O roubo de veículos segurados aumentou significativamente, o que provocou um aumento na taxa de sinistralidade. Sem contar com estimativas completas, é muito cedo para determinar se o recente terremoto afetará o capital das seguradoras mexicanas, bem como em que dimensão seria”, acrescentou a Fitch.
A agência acrescentou que as classificações das seguradoras poderiam ser vulneráveis diante da impossibilidade de cobrir perdas depois de resseguro e uso de reservas catastróficas. Ao mesmo tempo, elas também são sensíveis à alta exposição em bens imóveis danificados. Os valores segurados por catástrofe na área da Cidade do México representam mais de 35% da exposição total das seguradoras no México.
As seguradoras mexicanas cedem em média 80% das suas obrigações de risco para as resseguradoras internacionais, mediante a subscrição de uma apólice por um determinado montante, e elas pagarão a maior parte dos sinistros.
O nível de reservas específicas para terremotos é de cerca de 20 bilhões de pesos, os quais podem ser usados em caso de uma emergência e servirão como “um suporte adicional” no caso de um evento de grande magnitude.