Taxas de títulos do Tesouro Direto sobem nesta quinta-feira
Investidores monitoram novos casos de coronavírus e valorização do dólar
As taxas dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto, programa que possibilita a compra e venda de papéis por investidores pessoas físicas por meio da internet, apresentam alta nesta quinta-feira (27), em meio a preocupações com a disseminação do coronavírus.
Com 505 novos casos da doença confirmados na Coreia do Sul, o país ultrapassou o número diário de infectados na China, de 452 nesta quinta-feira. No mundo, o coronavírus já infectou mais de 81 mil pessoas e causou mais de 2,7 mil mortes.
Refletindo o cenário hostil, o Ibovespa encerrou o último pregão com queda de 7%, aos 105.718 pontos, enquanto o dólar subiu 1,2%, cotado a R$ 4,4434 na compra e R$ 4,4441 na venda.
Hoje, a Bolsa brasileira segue no vermelho, com queda de 1,8% por volta das 12h40, enquanto o dólar subia 0,97%, a R$ 4,4862 na compra e R$ 4,4873 na venda. A moeda americana chegou a bater R$ 4,50 mais cedo — o maior valor nominal da história.
De olho no aumento das tensões, o Banco Central voltou a intervir para conter a alta do dólar e ofertou 20 mil contratos de swap cambial, que se somam aos 10 mil vendidos ontem.
No Estados Unidos, o Departamento do Comércio informou nesta manhã que o PIB americano cresceu à taxa anualizada de 2,1% no quarto trimestre de 2019, em linha com a expectativa mediana dos economistas consultados pela Bloomberg. No terceiro trimestre, a economia do país também avançou 2,1%.
Por aqui, novos indicadores domésticos apontam níveis baixos para a inflação e para a demanda por crédito. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) da última quadrissemana de fevereiro (até o dia 22) teve alta de 0,17%, ante estimativa de alta de 0,22%.
Já o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) caiu 0,04% em fevereiro na comparação mensal, subindo 6,82% nos 12 meses até fevereiro, ante estimativa de alta de 6,81%.
No Tesouro Direto, o título indexado à inflação com vencimento em 2026 pagava 2,71% ao ano, ante 2,69% a.a. na abertura desta quinta-feira. O investidor podia aplicar uma quantia mínima de R$ 55,61 (recebendo uma rentabilidade proporcional à aplicação) ou adquirir o título integralmente por R$ 2.780,86.
Entre os títulos prefixados, o com vencimento em 2023 pagava 5,42% ao ano, ante 5,41% a.a., enquanto o retorno do Tesouro Prefixado 2026 avançava de 6,51% para 6,53% ao ano.
Balanço Tesouro Direto
Em janeiro, o Tesouro Direto registrou um resgate líquido de R$ 958,3 milhões, a maior parte movimentada pelos resgates antecipados, que somaram R$ 2,3 bilhões.
No período, 9.942 novos investidores se cadastraram no programa, levando o número de investidores ativos, isto é, aqueles atualmente com saldo em aplicações no programa, para 1.211.123. O resultado representa alta de 43,3% nos últimos 12 meses.
Entre os títulos mais demandados pelos investidores no mês passado, o Tesouro Selic ficou em primeiro lugar, com participação de 55,7% nas vendas. Na sequência ficaram os títulos indexados à inflação (30%) e os prefixados, com 14,4% do total.
Com relação ao estoque do programa, este terminou o mês com R$ 59,30 bilhões, uma redução de 0,59% em relação ao mês anterior.