Transformações da indústria automobilística alertam seguradores e corretores
Tema foi abordado em painel do Conec
“Há uma transformação acontecendo no seguro de automóvel que segue as transformações do mercado automobilístico”, afirmou o vice-presidente técnico da HDI Seguros, Fabio Leme. A declaração foi feita durante o painel ‘O Carro do Futuro e o Mercado de Seguros’ durante o 18º Conec.
A transformação da mobilidade transcende posições geográficas e, por isso, a importância de pensar diferente e estar sempre se reinventando atinge os dois setores de forma conjunta. “A Toyota se define como uma companhia de mobilidade e muitos perguntam porque segurar um carro autônomo se teoricamente ele não se envolveria em acidentes, mas não é bem assim, é preciso segurar as pessoas diante de uma possível falha”, disse o vice-presidente executivo da Toyota no Brasil, Miguel Fonseca.
Uma vez que os padrões de consumo e costume estão se alterando, a tendência é que a frota de seminovos continue caindo. Isso fará com que, consequentemente, seguradores e corretores enfrentem a saída de muitos clientes da carteira de automóveis. “Deve acontecer em dois ou três anos”, crê Leme. Como solução para este fenômeno, as seguradoras já estão desenvolvendo produtos simplificados. “Os corretores de seguros precisam nos ajudar a vender esses seguros, pois já aprendemos que não se vende da mesma forma que o produto tradicional”, defende.
A Porto Seguro é líder no segmento de seguro automotivo no Brasil. “Nós enxergamos essas mudanças, mas acredito que ainda há um tempo para que tudo isso de carro do futuro ocorra, se é que acontecerá da forma que pensamos”, confia o diretor geral da companhia, Rivaldo Leite. “Mesmo que a frota diminua, há uma oportunidade imensa para os corretores de seguros, que estão cada vez mais procurando outros negócios que no passado faziam menos ou nem fazia”, analisa.
Por outro lado, o CEO da Minuto Seguros, Marcelo Blay, percebeu que a humanização faz diferença significativa até mesmo em projetos que são voltados para o digital, como é o caso de sua empresa. “Quando começamos a nossa operação, percebemos que no fim o que fez a grande diferença foi o lado humano, através do contato que é feito, a simpatia e toda essa parte, que são o que de fato fecham o negócio”, analisa.
O mercado está sendo preparado para o uso de novas ferramentas e tecnologias para preparar novos produtos. Atenta às questões mobilidade, a HDI lançou recentemente um seguro residencial que conta com cobertura para roubo e furto de bicicleta. “O que entendemos na companhia é que não podemos nos conformar e precisamos desenvolver produtos que atendam de uma forma ou de outra as novas características do consumidor”, reforçou Fabio Leme.