UBS vê Selic a 3% e PIB 2% menor no Brasil em 2020
Projeção de PIB para 2021 também foi revisada para baixo, de 4,9% para 3%
A divulgação dos dados de março, os primeiros que mostram os sinais de desaceleração causados pela pandemia da covid-19 no país, levou o UBS a revisar novamente a projeção para o PIB este ano. O banco suíço espera agora que o a economia tenha contração de 2,0% este ano, de uma alta de 0,5% da última projeção.
“O indicador em tempo real para o PIB do primeiro trimestre já estava fraco antes da disseminação da covid-19 e os números de fevereiro devem apresentar melhora apenas marginal. No entanto, projetamos forte queda das vendas ao varejo, dos serviços e da atividade econômica em geral para março. Dessa forma, o PIB do primeiro trimestre deve rodar a -3,6% na comparação trimestral, contra -1,0% da estimativa anterior”, diz o banco em relatório.
O efeito do primeiro trimestre deve ser carregado pra o segundo trimestre, continuam os economistas do UBS, que esperam uma contração de 20% do PIB nesse período, de 15% da expectativa anterior. Apesar da recuperação esperada a partir do segundo semestre do ano, eles esperam que a economia retome o patamar do fim do ano passado apenas em meados de 2021.
A projeção de PIB para 2021 também foi revisada para baixo, de 4,9% para 3%. “Este cenário pressupõe que formas mais severas de distanciamento social começarão a ser retiradas em maio. Uma estensão dessas medidas, portanto, deve levar a novas revisões das projeções.”
O UBS acredita que os esforços do governo para mitigar os efeitos da crise devem levar o déficit primário do governo a alcançar 5% do PIB este ano, de 0,9% em 2019. Já a previsão para a Selic é que ela encerre o ano em 3%, de 3,25% anteriormente. O banco suíço também prevê que alguma forma de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) seja necessário por parte do BC.