Vendas reagem gradativamente, diz Associação do Comércio de SP
Acumulado do ano tem resultado negativo de 54%
As vendas do varejo na capital paulista mostram clara reação, mas os números ainda mostram que o índice ainda está longe de uma recuperação completa. De acordo com levantamento da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a queda média do acumulado do ano é de 54% em relação a marco/agosto de 2019. “A atividade vem mostrando sinais de recuperação, conforme a reabertura da economia, mas ainda é gradual e irregular, já que há setores que sequer paralisaram suas atividades, como os supermercados. Já outros, como vestuário, foram mais afetados pela pandemia de Covid-19”, diz Marcel Solimeo, economista da ACSP.
Embora o momento mais crítico da crise tenha sido aparentemente superado, a queda de 33% nas vendas em agosto ainda é maior do que o apurado em março deste ano (-27%), comparando-se com o mesmo intervalo de 2019. Em relação ao mês de julho último, entretanto, a alta foi de 24,5%, a segunda alta consecutiva no comércio paulistano. Alta em julho, comparado com o mês anterior.
“As altas estão ocorrendo comparando-se com os meses anteriores, em cima de bases menores, mas ainda distantes do ano passado. Acho que somente em dezembro, com a flexibilização gradual das regras para o comércio, é que estaremos mais próximos de 2019”, afirma Marcel Solimeo. Conforme os dados da ACSP, os meses mais críticos foram abril e maio deste ano, com quedas de 63,8% e 67% nas vendas, respectivamente, sobre o ano anterior
Fatores que tende a tonar a recuperação gradual é que grande parte dos consumidores perderam renda nos últimos- como os profissionais liberais- ou ainda estão inseguros com relação aos seus postos de trabalho. Consumidores de classe média, destaca Solimeo, estão segurando, em geral, seus gastos, o que influencia o consumo.
O economista ressalta que há setores que terão uma recuperação ainda mais lenta, como a área de serviços voltada para feiras e convenções, que ainda deverá ter grandes restrições por conta da Covid-19. “Uma recuperação mais consistente deve ser observada a partir do início de 2021”, opina Solimeo.