Juros devem cair pela 11ª vez consecutiva
Copom decide nova taxa básica nesta segunda-feira
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) faz a primeira reunião de 2018 esta semana. A expectativa de instituições financeiras é que os juros caiam para 6,75% ao ano.
Se a expectativa se confirmar, será o 11º corte seguido na taxa básica. Em dezembro, o Copom reduziu a Selic em 0,5 ponto percentual, para 7% ao ano, o menor nível da história.
O recorde inferior da taxa Selic foi registrado de outubro de 2012 a abril de 2013, quando a taxa ficou em 7,25%. Em seguida, a taxa foi reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015. O patamar mantido até outubro de 2016, quando o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia.
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Inflação
O ex-diretor do Banco Central (BC) Carlos Eduardo Freitas diz que o ideal seria a autoridade monetária manter os juros básicos em 7% ao ano. Para ele, o correto seira esperar a próxima reunião, no fim de março. A diferença entre a Selic e a inflação está baixa. Segundo o especialista, uma nova redução traria o risco de a inflação ter leve alta.
“Minha impressão é que o Banco Central não tem espaço para cortar mais 0,25 ponto percentual da Selic. Eu preferiria esperar até março para ver se a economia vai se firmar para decidir se é possível uma nova redução”, diz Freitas.
A expectativa do mercado é que a inflação termine o ano em 3,95%, abaixo do centro da meta de 4,5%. Para o ex-diretor do BC, também não existem motivos para aumento dos juros, mesmo com as seguidas altas dos combustíveis. “Os combustíveis têm peso fraco no IPCA. O índice de inflação é uma média e é importante lembrar que os demais preços estão sob controle. Não vai existir uma supersafra este ano, mas isso não significa que os preços dos alimentos vão subir”, acrescenta.
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Apesar de recentes oscilações do dólar, Freitas diz que não existe uma pressão do câmbio sobre os preços no momento. Ele ressalta que o quadro pode mudar dependendo da economia internacional e das tensões eleitorais no Brasil, mas hoje considera remota a possibilidade de alta na Selic nos próximos meses. “Nem existe uma pressão cambial. O dólar está comportado. Na verdade, os fatores externos estão neutros este ano, o que não justificaria um aumento de juros neste e nos próximos meses”, acrescenta.
Referência
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia.
Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Ao reduzir os juros básicos, a tendência do Copom é baratear o crédito e incentivar a produção e o consumo, o que enfraquece o controle da inflação.
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