4 falhas de governança corporativa
Estrutura de trabalho visa promover agilidade, autonomia e transparência empresarial
Alavancar resultados de forma estratégica é, ou deveria ser, o grande objetivo do gestor de um negócio nos mais diversos segmentos. Segundo o professor Marcos Assi, a governança corporativa contribui para o desenvolvimento econômico sustentável, pois facilita o acesso a recursos e melhora o desempenho empresarial.
“Isso é o que determina as regras a serem aplicadas em um negócio e forma uma estrutura de trabalho que promove melhores práticas administrativas”, diz o especialista.
O também Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP aponta que este ponto, além de agregar valor a um negócio, proporciona mais agilidade, autonomia e transparência nas empresas. “A falta de uma estrutura sólida de governança pode trazer prejuízos às companhias. É primordial detectar falhas que possam comprometer o profissionalismo”, revela.
1. Independência do Conselho Administrativo:
Brechas que comprometam a independência do Conselho Administrativo são consideradas automaticamente como falhas de governança corporativa. “O Conselho tem a finalidade de melhorar a qualidade das decisões estratégicas e contribuir na redução de riscos. Para que funcione de forma efetiva é necessário autonomia. O CEO da empresa fazer parte desse conselho, por exemplo, pode gerar conflitos de interesse. Ainda existem casos que o presidente do conselho determina o que o CEO deve fazer, e isso é preocupante”, destaca Assi.
2. Falta de Comunicação:
A comunicação deve ser vista como um elemento-chave nos processos internos das empresas, pois desempenha papel fundamental e estratégico. “Transparência, eficácia e responsabilidade na comunicação ajuda a reduzir os riscos do negócio, pois auxilia os agentes de governança no desempenho de funções e amplia os níveis de confiança entre todos os públicos da empresa”, explica. “Comunicar depois que foi realizado é a grande falha de muitas empresas, devemos avaliar antes de executar. Podemos citar operações com impactos contábeis e tributários que não são avaliados previamente e causam danos financeiros por questões de algumas irregularidades não identificadas”, complementa o professor.
3. Ausência de efetividade das auditorias independentes:
A ausência de efetividade nos trabalhos das auditorias independentes é uma grande falha na governança corporativa. É por meio delas que podemos assegurar a eficiência na aplicação de recursos de maneira imparcial e transparente. “A realização de auditorias independentes nas organizações é de extrema importância na análise dos controles internos, focando na busca de melhorias contínuas”, reforça o especialista.
4. Sistema de Remuneração:
O Sócio Diretor da Massi Consultoria e Treinamento ainda aborda questões relacionadas à remuneração. “Um dos propósitos da boa governança é facilitar e estimular o desempenho de todos. Um dos métodos envolve a criação e a manutenção de incentivos que proporcionem produtividade e eficiência empresarial. Quando determinados executivos têm o poder de decidir sobre suas próprias remunerações, por exemplo, é fato de que há problemas na governança da empresa. Por isso, a implementação de políticas de remuneração e premiação é de suma importância, e atrelada a necessidade de uma política de sucessão na organização”, finaliza.