64% dos brasileiros nunca recebeu a abordagem de um corretor de seguros

Transformações da sociedade e da tecnologia geram oportunidades no ramo de seguros

Os rumos do mercado de seguros e a corretagem para os próximos 10 anos foi o tema do 1º Painel das Seguradoras. O diretor comercial Sul e Centro-Oeste da Porto Seguro, Marcelo Zorzo, acredita que o capital humano é o grande trunfo e citou os mais de 15 mil colaboradores da companhia espalhados pelo Brasil como prova disso. “Além disso, precisamos falar de futuro, mas agir agora, pois as oportunidades estão aí”, disse.

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A palavra ‘seguros’ conta com 11 milhões de buscar no Google mensalmente, o que, para Zorzo, significa que o consumidor se prepara, consultando informações online sobre determinados produtos para que depois realize a compra. “Quais são as oportunidades que temos para atender além daquelas demandas dos clientes?”, provoca o pensamento dos participantes e reitera um estudo da própria companhia que mostrou que 64% da população nunca recebeu a abordagem de um corretor de seguros.

O executivo enxerga que as oportunidades advindas de startups podem ajudar o corretor num possível futuro onde este profissional tenha que ofertar produtos que vão além do seguro. “Temos que gerar algo que faça o consumidor querer comprar com os corretores, com a Lojacorr. E eu não vejo outro jeito senão se reinventar”, falou.

Para o carismático presidente da Tokio Marine, José Adalberto Ferrara, o futuro da corretagem é promissor e está fundamentalmente ligado ao desempenho do próprio mercado de seguros. “O futuro da corretagem depende do trabalho sincronizado e alinhado entre todos nós. As seguradoras precisam dos corretores para distribuir os produtos que criamos e os corretores precisam que criemos produtos para ofertarem a seus clientes”, afirma. “O trabalho sinérgico e bem feito dos corretores não vai ser ameaçado por nenhuma plataforma de vendas online”, acrescenta.

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O presidente da Tokio Marine, José Adalberto Ferrara, acredita que o futuro da corretagem depende do trabalho sinérgico de todo o mercado de seguros. William Anthony/JRS

Ferrara citou algumas estratégias de crescimento para o mercado, como a simplificação do seguro, o investimento em mídia da indústria securitária, apoiar corretores no desenvolvimento de novos canais, identificar necessidades dos clientes e oferecer serviços e coberturas adequadas. Com essas diretrizes, a Tokio Marine apresentou um crescimento de 150% nos últimos 5 anos. “O futuro é aqui e agora. E eu continuo contando com os corretores para os próximos dez anos”, finalizou.

O diretor geral da Bradesco Seguros, Marco Antonio Gonçalves, concorda quanto a ideia de que o futuro depende do próprio segmento: “Não é preciso temer nada, todos os canais que surgem são meios de oportunidades”. Otimista, ele acredita que os próximos dez anos serão muito melhores que os dez anteriores.

Marco Antonio Gonçalves acredita que os corretores não devem temer os novos meios de comercialização. William Anthony/JRS

A companhia de Gonçalves acredita no país, prova disso são os investimentos que fez nas Olimpíadas, como patrocinadora oficial, e na aquisição do HSBC, maior transação financeira de sua história. “Em dois meses já tínhamos 850 corretores nas agências que eram HSBC. Reafirmamos que independente de internet e outros meios, o corretor é o profissional mais benéfico para o consumidor e o que leva resultados mais expressivos para a companhia”, explica.

Em 27 anos de mercado segurador, o CEO da Sompo Seguros, Francisco Caiuby Vidigal Filho, já ouviu muitas perguntas sobre a existência ou não do corretor de seguros no futuro. Mas é “olhando para um evento como o da Lojacorr”, que ele tem convicção de que o profissional sempre terá seu espaço. “O mundo está se transformando e nós precisamos nos transformar também”, alerta.

“O mundo está se transformando e nós precisamos nos transformar também”, alerta o CEO da Sompo Seguros. William Anthony/JRS

Um dos tópicos para o qual o CEO mais chamou atenção é para a inovação. De origem japonesa, a Sompo é um exemplo disso. Com uma população que está envelhecendo, a companhia se reinventou criando novos produtos para esta nova população japonesa e olhando para países emergentes como o Brasil, onde funciona uma de suas maiores operações internacionais. “O dia em que a maioria da população comprará seguros pela internet chegará e nós temos que estar preparados. Nós vamos ter que nos reinventar”, acredita.

Dividido em dois blocos, o painel que buscou debater o futuro do corretor profissional de seguros na próxima década ainda discutiu as transformações da sociedade e da economia compartilhada. O assunto impacta diretamente na programação das companhias de seguros, conforme explicou Carlos Magnarelli, presidente e CEO da Liberty Seguros.

Leandro Poretti apresenta dados que comprovam o crescimento da Sancor Seguros no Brasil. William Anthony/JRS

Helio Kinoshita, diretor vice-presidente da Mitsui Sumitomo Seguros, abordou um contexto mais histórico a cerca dos últimos 20 anos no ramo segurador. Atualmente, a Mitsui possui 4% da produção da Lojacorr e o foco está na prestação de serviços com alta qualidade. Leandro Poretti, diretor geral da Sancor Seguros, apresentou números que comprovam a consolidação e o crescimento da companhia argentina no Brasil.

Murilo Riedel, presidente da HDI, realizou uma análise aprofundada sobre o futuro da corretagem. William Anthony/JRS

Já Murilo Setti Riedel destacou que a 5ª Convenção Nacional da Lojacorr foi seu primeiro evento como presidente efetivo da HDI Seguros. Riedel foi enfático ao demonstrar que a inovação visando a racionalização e a eficácia de processos é uma realidade na companhia. Recentemente, a HDI testou drones para inspecionar seu pátio de veículos salvados com sucesso, o que demonstra esta fase.

Risco Cibernético é o terceiro na lista de riscos globais

Os painéis e debates da Convenção Nacional da Lojacorr foram escolhidos de forma certeira em relação com o atual do momento do mercado de seguros. Uma área que até anos atrás não existia nas empresas e hoje pode ser considerada uma das de maior importância é a área de tecnologia. “O mundo está mudando muito rápido, precisamos estar antenados e trabalhando nesta mudança das coisas”, alertou sobre o atual modelo de trabalho, Adilson Lavrador, da Tokio Marine. Para ele, as empresas precisam estar onde o cliente está, uma vez que as novas gerações “já nascem digitais”, e usar isso a seu favor.

O diretor de tecnologia da Lojacorr, Sandro Ribeiro dos Santos, apresentou a nova plataforma YesOk. William Anthony/JRS

O Risco Cibernético é o terceiro na lista de riscos globais, segundo o estudo Allianz Risk Barometer 2017. Para Josemilson da Silva, da Allianz, “o mundo digital está no DNA da companhia”. Também participaram da conversa Paulo Sgarbi, da HDI Seguros, José Loureiro, Icatu, Juliano Simões, Central Server, e Sandro Ribeiro dos Santos, diretor de tecnologia da Lojacorr, que apresentou a nova plataforma da Rede, a YesOk.

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