Os desafios enfrentados pelos transportadores internacionais na pandemia

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Veículos ficaram dias parados nas barreiras sanitárias locais aguardando a confirmação para poderem seguir viagem

De acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação Dom Cabral, em 2018 o Brasil utiliza 75% das estradas para o escoamento da produção. Esse mesmo estudo mostrou que, entre 2001 e 2016, a frota de caminhões cresceu 84,3% (de 1,5 milhão para 2,6 milhões). O país também faz fronteira com outros nove países da América do Sul e possui 31 unidades da Receita Federal Brasileira para realizar a fiscalização nelas.

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Realizar o transporte rodoviário de carga internacional possui muitos desafios, como a falta de constância devido à variação cambial e legislação e política, já que o mercado está sempre em constante mudanças, fazendo com que não haja estabilidade.

A documentação correta para esse tipo de operação, como a permissão internacional fornecido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) no Brasil e o cadastro dessa permissão junto ao órgão referente do país exterior pretendido, além do seguro internacional, é algo básico que precisa estar atualizado e portado pelos motoristas para que não haja contratempos.

O sócio administrador da Rufatto Transportes, André Rufatto, que especializou sua transportadora em transportes internacionais, acredita que as principais particularidades dessa operação sejam a burocracia exigida para cada tipo de operação e a cultura, pois cada país tem sua particularidade e seus costumes que acabam afetando o dia a dia da empresa e dos funcionários.

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“Cada país tem suas normas e políticas. Um exemplo clássico é o fato de que nenhum país do Mercosul além do Brasil aceita os famosos bitrens (caminhão tracionando dois semirreboques com três eixos cada um). Sem uma permissão específica, a entrada desses veículos não é permitida. Outro exemplo está no tipo de sinalização e de acessórios de segurança que o veículo deve possuir de acordo com a lei de trânsito do país exterior”, completa Rufatto.

A pandemia do novo coronavírus também dificultou os procedimentos no transporte de cargas em 2020, praticamente parando o Brasil. O faturamento das transportadoras e dos frotistas despencou no primeiro trimestre, ao mesmo tempo em que as fábricas paralisaram a produção de caminhões.

Para Rufatto, atuar neste segmento durante a pandemia foi desafiador, pois cada país lidou de uma maneira diferente. “O fato de os motoristas estarem em constante movimento gerava uma cautela nas fábricas, que resultou em piores condições de trabalho para os motoristas. Na Rufatto Transportes, passamos por muitas dificuldades com veículos parados em barreiras sanitárias locais, que por muitas vezes levavam dias até que a fiscalização confirmasse que se tratava de serviço essencial para liberar a passagem”.

Na maior parte do tempo, as fronteiras permaneceram abertas apenas para motoristas de veículos de carga. Atualmente, a maioria delas já está com a passagem liberada para todos, sendo que algumas exigem a apresentação obrigatória de teste recente para covid-19 para que o profissional possa comprovar que não está infectado.

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