Queixas de dores na coluna aumentam na pandemia da Covid-19
Aumento expressivo tem preocupado especialistas do Grupo Assim Saúde
O prolongamento da pandemia da Covid-19 fez crescer ainda mais o número de queixas relacionadas às dores na coluna, especialmente na região lombar. No Programa de Medicina Preventiva (Special Life) do Grupo Assim Saúde, a procura por atendimentos na área da saúde ortopédica teve acréscimo de 20% em relação ao mesmo período de 2020. Para os casos com intervenção de fisioterapeutas, a demanda registrada foi ainda maior: 44%. O aumento expressivo tem preocupado especialistas da operadora, que alertam à população para as medidas preventivas e de autocuidado, essenciais para evitar a evolução para os quadros mais graves e até mesmo cirúrgicos.
Antes do início da quarentena, a dor lombar já ocupava a posição de segunda maior causa de atendimentos médicos no Brasil, ficando atrás somente das dores de cabeça, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Na operadora, dois novos cenários justificam a crescente busca por atendimentos na área: as alterações repentinas associadas ao estilo de vida, em decorrência do longo período da pandemia, e as sequelas pós-Covid, que exigem a reabilitação do paciente para a sua completa recuperação.
“As dores lombares, na sua forma crônica, já alcançam níveis epidêmicos na nossa população e, inclusive, são a maior justificativa de afastamentos e faltas ao trabalho. Com as mudanças abruptas impostas pelo distanciamento social, muitas pessoas tiveram suas atividades físicas interrompidas e passaram a se dedicar mais às questões do lar e familiares. O somatório de todos esses fatores impacta diretamente no surgimento das dores, que precisam ser avaliadas com atenção logo que apareçam”, explica o ortopedista e fisiatra Max Cavalcante, do Programa de Patologias da Coluna da operadora.
Medidas para o alívio das dores
Para o especialista, o sedentarismo, por enfraquecer a musculatura do corpo, está entre os grandes adversários, quando o assunto é a prevenção das dores nas costas e na lombar. Mas ele não é o único. A precaução envolve aspectos físicos, ergonômicos, emocionais e alimentares.
Dentre as medidas preventivas, o ortopedista reforça a importância da qualidade do sono, de ter uma alimentação saudável, de manter bons relacionamentos com os familiares e amigos, mesmo que à distância para afastar a depressão, e separar, no mínimo, 30 minutos do dia para as atividades físicas. Outra dica valiosa para evitar a sobrecarga na coluna, especialmente para as pessoas que estão em home office, é fazer pequenas pausas, a cada 40 minutos, para o alongamento dos músculos e a correção da postura.
“Poucos ajustes no dia a dia já são capazes de trazer grandes ganhos para a nossa saúde e bem-estar. Porém, é preciso cautela ao praticar exercícios sem supervisão, uma vez que tanto a falta quanto o excesso de movimento facilitam a ocorrência de dores na coluna e nas demais articulações”, ressalta Cavalcante. O ortopedista chama a atenção ainda para os riscos da automedicação que, muitas vezes, pode agravar o processo inflamatório e levar a quadros crônicos, além da importância do acompanhamento especializado para iniciar o tratamento adequado.
“A eficácia de qualquer tratamento na coluna requer a participação ativa do paciente. E exatamente por sabermos o quanto é necessária muita determinação para alcançar bons resultados, temos no programa fisioterapeutas e enfermeiros que monitoram, via contato telefônico, os pacientes e orientam sobre o estilo de atividades físicas que devem ser praticadas em cada uma das etapas. Essa proximidade e troca com o profissional de saúde é essencial para que o beneficiário não desanime e mantenha o foco até o final do tratamento”, destaca o ortopedista.