A importância da gestão emocional na carreira

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Confira artigo de Bárbara Nogueira, diretora, carreer advisor e headhunter da Prime Talent Executive Search

Não é segredo que a saúde mental está 100% ligada à capacidade de performarmos em nossas atribuições como profissionais. Além disso, quando estamos desgastados ou esgotados mentalmente, não conseguimos trazer um equilíbrio saudável para as nossas atividades e rotinas, o que é primordial para harmonia psíquica e, consequentemente, nosso bem-estar.

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É comum passarmos por situações de trabalho desgastantes que requerem muita responsabilidade ou até mesmo excesso de competitividade. O importante é sabermos lidar com esses momentos de forma positiva, direcionando os esforços para a resolução de questões, para o crescimento profissional e para a busca do resultado esperado. A forma como lidamos com as emoções acaba impactando diretamente no resultado de nossas ações, e esse provavelmente é o “pulo do gato” e o mais desafiador: trabalhar uma autoconsciência sobre si mesmo que apoie no processo de desenvolvimento de suas emoções, ajudando a lidar com estes sentimentos de forma positiva.

Mas como prevenir possíveis resultados negativos no dia a dia com excesso de trabalho vinculado à pressão? As mudanças impostas pela nova realidade gerada pela pandemia da Covid-19 – com trabalhadores em home office ou na modalidade híbrida (parte em casa, parte no escritório) – gerou novos modelos mentais nas pessoas: muitas não viram mais sentido em trabalhar incansavelmente por mais de 10 horas; outras mudaram radicalmente de rotina e de trabalho; e há aquelas que se adaptaram muito bem à nova realidade das corporações, que também tiveram de alterar seu modus operandi, adotando novas práticas de gestão.

A era do burnout, ou seja, da estafa mental, está sendo substituída pela era da procura pela saúde, pelo autoconhecimento e pelo equilíbrio nas diversas esferas da vida. A grande maioria das pessoas tem promovido reflexões no que diz respeito à importância da saúde (física e mental) e a conexão do que fazem com o seu propósito de vida. Consequentemente, a busca por ambientes de trabalho com gestão mais humanizada e onde você possa empreender todas as suas competências e habilidades, as tão faladas soft skills, tem ganhado destaque na escolha de muitos profissionais, já que o poder está compartilhado: não apenas a empresa escolhe com quem quer trabalhar, mas o colaborador também decide onde quer empreender sua energia e seu trabalho.

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Cresce também a importância e o olhar para o lazer, para os momentos entre amigos e familiares, os hobbies e as atividades que promovem qualidade do tempo, já que sabemos que a vida é muito além do que apenas trabalhar e pagar contas. As empresas mais estratégicas e humanizadas, preocupadas com o engajamento de seus colaboradores e a sua própria perenidade, têm promovido mais reflexões, questionando o status quo e criando ações, além de políticas de bem-estar de seus colaboradores, aumentando assim, as chances de prosperidade do business.

A busca pela performance e entrega de resultados se mantém dentro das companhias. Todavia empresas mais estratégicas já perceberam que é preciso definir metas e prazos realistas, bem como estabelecer relações respeitosas, mantendo assim o colaborador saudável e dedicando tempo de qualidade para seu trabalho. Fato este que impacta positivamente nos resultados e na vida das pessoas.

No mundo atual, onde se discute cada vez mais práticas de ESG, sigla que reporta às questões de governança, ambiental e social, não há mais espaço para organizações que buscam o resultado a qualquer custo. Com a saúde mental abalada, situação oriunda da Síndrome do Burnout, que desde janeiro de 2022 passou a ser considerada doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS), perdem não apenas as empresas, mas também os colaboradores.

O estresse crônico no local de trabalho não é mais aceito hoje, uma vez que as pessoas estão buscando ambientes acolhedores que entendam as particularidades de cada um e que proporcione um espaço adequado para performar, criar e, assim, gerar resultados expressivos.

Cabe trazer essa discussão desde os Conselhos de Administração, cascateando para os demais níveis da organização, uma vez que ela está totalmente conectada ao êxito organizacional. Evidentemente, as lideranças e áreas de recursos humanos precisam proporcionar ambientes cocriativos, onde todos possam expressar suas opiniões, trazendo à tona a tão falada inovação.

Com a pandemia da Covid-19, ficou claro que não importa onde o trabalhador esteja. É possível, com corresponsabilidade, manter suas entregas e sua performance, administrando sua agenda, e, assim, fazendo a gestão do seu tempo para investir também em outras esferas da sua vida.

Para aqueles que desejam ter êxito profissional e pessoal, é preciso buscar o equilíbrio de suas emoções, aprofundar no seu autoconhecimento, além de sempre que possível, fazer uma terapia, praticar esportes e repensar constantemente os hábitos, construindo novos caminhos. É importante que você saiba que a base para o equilíbrio que as pessoas e as empresas tanto buscam está ligada à segurança psicológica e a possibilidade de compartilhar, errar e aprender em um ambiente que favoreça essa troca tão rica!

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