Cairoli: “Vivemos sob domínio do corporativismo”

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Vice-governador do RS fala sobre dificuldades financeiras do Estado

Em recente declaração, o vice-governador do Rio Grande do Sul, José Paulo Cairoli, comentou a difícil situação financeira vivida pelo Estado. Segundo o político, “todos sabem que [o atual governo] recebeu o Estado quebrado financeiramente, ineficiente na prestação de serviços e paquidérmico na capacidade de reação”.

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Cairoli elenca os mais de 40 anos de gastos além do que se arrecada como um dos principais pontos de enfrentamento da atual gestão. “Essas são realidades que não se desfazem facilmente. A folha salarial dos servidores consome 75% do que se arrecada. Mais da metade, 56%, são para inativos. 29% da receita corrente líquida é destinada para aposentadorias. Temos 1.1 aposentado ou pensionista para cada funcionário na ativa. Precisamos enxugar a máquina, é óbvio”, prosseguiu.

O vice-governador ainda comentou as dificuldades encontradas pelo governo para votação de projetos. “Quando conseguimos, a muito custo aprovar projetos de reestruturação do Estado, como a extinção de fundações ou combate a privilégios, esbarramos no corporativismo. Estamos sob domínio das corporações e dos sindicatos, vivemos no país da judicialização.

Todo esforço e energia que canalizamos para enxugar a máquina pública esbarra na decisão contrário de apenas um único juiz, casualmente, o juiz de plantão”, explicou. “Funcionários de fundações que estão sendo fechadas recebem os salários em dia, não por decisão do governador, mas por decisões judiciais isoladas que nos impõem essa condição. São vários Estados dentro de um mesmo Estado”, completou.

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Há mais de 24 meses os servidores do Executivo não recebem seus salários em dia. “Os outros poderes recebem em dia e ainda se dão aumentos, benefícios e privilégios. Tenho dificuldade, como homem da iniciativa privada, compreender e principalmente aceitar essa anomalia que é o Estado Brasileiro. Não tenho receio de dizer, o Rio Grande do Sul está nesta situação por culpa da nossa sociedade. Devemos participar mais, enfrentar o corporativismo para termos um Estado mais enxuto. Estamos tentando transformar o nosso Estado”, finalizou.

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