Combate à violência contra a mulher é tema de evento da AMMS

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Encontro foi realizado nesta segunda-feira, 17 de agosto

O encontro anual da AMMS, realizado nesta segunda-feira (17) por meio virtual, abordou projetos de proteção e combate à violência contra a mulher no atual cenário social, além do tema “masculinidades e a importância do papel dos homens neste contexto”.

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Essas questões foram abordadas pela advogada Sueli Amoedo, que tem vasta experiência atuando em projetos que visam defender a mulher e educar os homens; e o jornalista Ismael dos Anjos, consultor sobre o tema de masculinidades e equidades de gênero e racial.

O evento foi aberto por mensagens de executivos das empresas patrocinadoras, como o compliance officer da MMC, Victor Graciani, que ressaltou o compromisso da empresa em criar um ambiente seguro para que as mulheres se desenvolvam, permitindo que assumam as funções que, de fato, merecem.

Em seguida, Juliana Zan, superintendente de RH da Tokio Marine, frisou que a companhia dá muita importância para a equidade no ambiente de trabalho, plural e respeitoso, ouvindo todos. Segundo ela, esse diálogo aberto traz protagonismo para a seguradora, que foi eleita, por quatro anos seguidos, a melhor empresa para a mulher trabalhar.

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Logo depois, o CEO da Sompo Seguros, Francisco Caiuby Vidigal Filho, salientou que a violência contra a mulher é assunto muito debatido na Sompo, que promoveu lives pra debater esse tema. “Além das mulheres os homens têm participado dessas conversas, o que é muito importante. Porque é um problema de todos.”, acrescentou.

Antes das palestras, a vice-presidente da AMMS, Simone Vizani, mediadora do evento, explicou que o tema em debate é de extrema relevância para toda a sociedade. “Vamos falar das ferramentas de combate à violência com a participação de palestrantes renomados”, ressalvou, lembrando que a Lei Maria da Penha completou 14 anos, mas os dados sobre a violência contra a mulher “continuam alarmantes”.

Em sua apresentação, a advogada Sueli Amoedo acentuou que a violência psicológica “traz” todos os demais tipos de violência contra a mulher. “A mulher não consegue evitar, levantar e dizer que não vai aceitar mais. Isso porque ela está muito abalada, se sente inferiorizada com relação ao homem”, comentou

Ela falou ainda sobre a “violência moral” registrada principalmente nas redes sociais, com ofensas que estão em ascensão.

Já a violência sexual é marcada por práticas que a mulher não gosta, proibição pelo marido de uso de contraceptivos e a não utilização de preservativos. “Há um ciclo da violência. Começa com humilhações, pequenas ofensas, pequenas proibições. Esse ciclo vai aumentar e termina em agressões ou até feminicídios”, advertiu.

A advogada destacou ainda a importância de a mulher falar da violência a qual está submetida e denunciando o agressor.

O jornalista Ismael dos Anjos também alertou para a maneira como os homens podem colaborar para resolver essa questão da violência.

Ele listou ainda alguns dados que mostram “violências cometidas” contra as mulheres até mesmo no ambiente corporativo. “No Brasil, as mulheres ganham, em média, de 10% a 35% menos que os homens para desempenhar as mesmas tarefas. Mesmo nos EUA, as mulheres são menos de 4,6% dos 500 CEOs da Fortune. No Brasil, ocupam apenas 15% dos cargos a partir da gerência Na alta liderança, esse percentual cai para 7,8%. As mulheres representam 21,8% dos parlamentares nacionais em todo o mundo. No Brasil, ocupam 15% do Congresso.”, revelou.

Ele citou ainda o projeto “Silêncio dos Homens”, do qual é coordenador, que já realizou duas pesquisas sobre a construção das masculinidades no Brasil e como isso pode impactar na equidade dos gêneros.

No final das palestras evento a conselheira da AMMS, Guadalupe Nascimento, conduziu os debates.

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