Afinal, o quê levou o dólar ao patamar de R$ 4,20?

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Especialistas do mercado financeiro apontam os motivos da nova máxima da moeda americana

Em trajetória de alta desde o leilão do pré-sal, o dólar fechou a R$ 4,207 na última segunda-feira, estabelecendo um novo recorde histórico nominal. Entre os principais motivos apontados pelo mercado financeiro está a instabilidade política da América Latina, que vem contaminando os mercados da região. Além disso, existe um fluxo sazonal de divisas para o exterior no mês de novembro, o que acaba por desvalorizar o real frente ao dólar. Pedro Paulo Silveira, Economista-Chefe da Nova Futura, aponta que motivos para a alta expressiva do dólar são tanto internos quanto externos. “O aumento da percepção de risco da América Latina e a indefinição do calendário das reformas fizeram o dólar bater o recorde de cotação nominal em relação ao real”, explica.

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Para Daniela Casabona, Sócia-Diretora da FB Wealth, os motivos que vem levando a essa desvalorização do real vem sendo os mesmos das últimas semanas. “Não tivemos nenhum movimento extraordinário nessa nova máxima histórica. Seria um pouco de todas as coisas que vem impactando no câmbio, como fluxo negativo, incertezas no governo e as grandes crises que estão ocorrendo na América Latina, além do medo de uma estagnação nas reformas do país”, afirma.

Jefferson Laatus, Estrategista-Chefe do Grupo Laatus, explica que essa alta é uma resposta do mercado ao cenário instável. “É um recado. Se medidas não forem tomadas a tendência é a moeda americana continuar nesse patamar mesmo, o que pode acabar jogando por terra todos os estímulos que o Brasil tem dado para a retomada econômica”, diz. Segundo Laatus, o valor deve cair na medida que as crises políticas começarem a ser resolvidas. “Claro que existe um exagero, a tendência é esse valor voltar a cair. De certa forma, o mercado está trabalhando estável hoje”, completa.

Fernando Bergallo, Diretor de Câmbio da FB Capital, ressalta que o ambiente de insegurança política afasta investidores da região. “Nós estamos vivendo uma crise de confiança muito grande, não só em relação ao Brasil, mas em toda a América Latina. Na Bolívia, Chile, Argentina e Brasil temos insegurança jurídica, crise política, crise econômica o que acaba contaminando todo ambiente”, diz. Bergallo conta que novembro é sempre um mês de alta, por ser o período do ano em que empresas multinacionais enviam seus resultados para o exterior. “Nós também temos um fluxo sazonal, sempre nessa época do ano, de empresas mandando dividendos e lucros pro exterior. Então, naturalmente, temos uma desvalorização do real nesse período e, somado tudo isso, tivemos essa máxima histórica do dólar em relação ao real”, finaliza.

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