Após marca recorde, diretor geral da DOC24 no Brasil analisa desempenho da multinacional no País

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Fernando Ferrari faz breve balanço do atual momento da empresa em território brasileiro

A telemedicina foi um dos serviços que mais cresceu no Brasil, nos últimos anos. Impulsionada principalmente pelos efeitos da pandemia da Covd-19, o serviço rapidamente ganhou a confiança de médicos e pacientes, que viram nessa tecnologia uma forma confortável e segura para manter o atendimento de saúde, sem se expor aos riscos de uma contaminação.

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Uma das empresas que mais cresceu nesse segmento foi a DOC24, startup de saúde digital. Fundada em 2016, a multinacional chegou ao país em 2019 e hoje já supera a marca 15 milhões de usuários na América Latina. Para falar sobre o desempenho da multinacional no Brasil, um dos principais mercados dessa região do globo, o diretor-geral da DOC24 no país, Fernando Ferrari, fez um breve balanço do momento.

JRS: Como você avalia o crescimento do mercado brasileiro de telemedicina, já que até 2020 não havia uma legislação específica que permitisse a prestação desse serviço?

Fernando Ferrari: Na realidade, a telemedicina é regulamentada através da resolução do CFM 1643, de agosto de 2002, bastante desatualizada e, portanto, impondo inúmeras limitações em relação ao que conhecemos hoje. Em abril de 2020, com a publicação da Lei Federal 13.989, a teleconsulta passou a ter a mesma validade de um atendimento presencial.

Com isso, as portas foram abertas e este modelo de atendimento ficou muito popular na pandemia, que impulsionou exponencialmente a quantidade de consultas. Para se ter uma ideia, no nosso caso específico, em janeiro de 2020 fazíamos cerca de três mil consultas por mês. Hoje, já chegamos a 350 mil consultas demandadas.

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Com base nesses números e nos benefícios vistos e provados durante a pandemia, acredito que esse mercado não retrocederá. Quem já experimentou uma consulta médica online, com todo o conforto e segurança que ela oferece, percebe que é, definitivamente, um caminho sem volta. Tanto é verdade que o Congresso Nacional, assim como o Conselho Federal de Medicina já estão bastante adiantados quanto a definição dos limites da telemedicina daqui para frente, quando provavelmente veremos o fim da pandemia.

JRS: A telemedicina foi um dos serviços que mais cresceu no Brasil, nos últimos anos, principalmente por conta da pandemia. Há espaço para crescer ainda mais ou a tendência agora é de estabilidade na adesão ao serviços? Por quê?

FF: Há ainda muito espaço para crescer, muito mesmo, independentemente da pandemia. A telemedicina traz inúmeros benefícios a todos os atores envolvidos. Médicos, instituições de saúde, seguradoras e operadoras de saúde, os financiadores destes planos e, principalmente, os pacientes. A versatilidade e a criatividade serão cruciais na criação de novas soluções, mas principalmente, o foco na experiencia do paciente e do medico precisa ser levado muito a sério. O pronto atendimento é a maior utilização, mas há uma infinidade de aplicações para a telemedicina, inclusive em setores como o turismo e locais com grande volume de pessoas.

JRS: Quantos usuários a DOC 24 contava em 2020 e em 2021? A que o senhor atribui esse crescimento?

FF: Hoje, contamos com cerca de 15 milhões de usuários. Em 2020, atendemos 87 mil consultas. Acredito que o nosso crescimento se deve a alguns fatores. O primeiro deles é a qualidade da plataforma, que já provou ser robusta, madura, flexível e estável, garantindo o teleatendimento de nossos clientes, mesmo no auge da pandemia, com realização de milhares de consultas no mesmo dia.

Além disso, posso destacar a velocidade de implementação, já que em apenas 20 dias a plataforma pode ser adaptada testada e colocada em produção de acordo com a necessidade de cada cliente; a qualidade do atendimento dos nossos médicos que tiveram avaliação média dos pacientes de 4.8 estrelas, numa escala que vai de 1 a 5; e nossa capacidade de oferecer um serviço padronizado em toda a América Latina.

JRS: O mercado de seguros é um dos setores com maior número de parcerias envolvendo a oferta de serviços de telemedicina. Em que outros segmentos o senhor acredita que ainda exista espaço para crescer? Por quê?

FF: O setor de seguros é estratégico para a DOC24. Temos soluções de monitoramento da base de segurados, ferramentas para auxiliar o processo de subscrição de seguros de pessoas e produtos que são oferecidos como benefícios tangíveis e muito percebidos pelos segurados. Porém, por conta da nossa capacidade de adaptação, atendemos diversos setores. Bancos e fintechs, empresas, escolas, aeroportos, todo o setor publico, a indústria de eventos e de turismo, além das operadoras de saúde, hospitais e clínicas de todos os portes.

JRS: Para este ano, o que a DOC24 Brasil deve trazer de novidades em termos de produtos/serviços? Se sim, o que seria? Poderia adiantar alguma coisa?

FF: Iniciamos o ano com os consultórios inteligentes, as estações Diagnostica, que permitem a realização de exames pelo próprio paciente e a transmissão em tempo real para o medico, que o acompanha do outro lado da tela.

Temos ainda o WellnessTest, que em poucos segundos, pela câmera do celular (tablet ou do computador) captura os sinais vitais do paciente e em apenas 30 segundos, a inteligência artificial é capaz de compreender e analisar dados como frequência cardíaca e respiratória; nível de oxigenação; índice de estresse; pressão arterial; riscos de doenças cardiovasculares e de AVC, entre outros apontamentos.

Por fim, estamos finalizando a entrega do atHome, uma plataforma de cuidados domiciliares que ajudará, e muito, a gestão de pacientes atendidos em seus domicílios. Além disso, há outros produtos que estão na esteira de desenvolvimento que causarão ainda mais impacto positivo na vida das pessoas através da transformação digital.

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