Atropelar pedestres é o maior medo dos motociclistas da cidade de São Paulo
Estudo desenvolvido pela Fundación MAPFRE foi apresentado no Detran/SP
“É preciso ter uma visão sistêmica do trânsito. Estamos falando de trabalhadores que são, em grande parte, pais de família”, comentou o professor David Duarte Lima, que apresentou o estudo “Motociclistas na Cidade de São Paulo”. O levantamento, desenvolvido pela Fundación MAPFRE, foi lançado em um grande painel sobre o assunto, promovido na sede do Departamento de Trânsito do Estado de São Paulo (Detran-SP).
Os resultados são preocupantes. Dois em cada três motociclistas afirmaram ter pilotado uma moto antes mesmo de possuir a habilitação. A maioria também admite não respeitar sempre o Código de Trânsito Brasileiro e circular pelos corredores (espaços entre as faixas de rolamento).
Os dados também levam em conta as principais preocupações dos motociclistas. 45% afirmou que o maior receio no trânsito é atropelar um pedestre. Para 28%, o maior medo é colidir com um ônibus ou um caminhão.
Praticamente todos os consultados disse ter se envolvido em um acidente. 80% conta que conheceu alguém que morreu no trânsito, enquanto que o índice daqueles que possui um colega com sequelas após uma ocorrência com moto chega a 84%.
A estimativa do Instituto Brasileiro de Segurança de Trânsito (IST) é de que entre 2007 e 2017 tenham sido gastos mais de R$ 70 bilhões no sistema de saúde com perdas, socorros, internações e tratamento das vítimas em acidentes com motociclistas. A maior parte dos acontecimentos é na parte do dia e os pesquisados apontam a péssima qualidade das pistas e sinalizações como um dos principais motivos para os trágicos números do trânsito brasileiro.
“É preciso rever o processo de formação dos condutores, além de promover ações governamentais efetivas nas áreas de educação, segurança pública e infraestrutura de vidas”, comentou Fernando Poch, Diretor de Educação para o Trânsito e Fiscalização do Detran-SP.