BB especializa atendimento para seguro rural

Estratégia do Banco do Brasil para o atendimento do agricultor veio após queda nas contratações do crédito rural entre as instituições públicas; teto automático da Caixa passou para R$ 1 milhão

Líder em crédito rural no País, com 62% do segmento, o Banco do Brasil lançou um novo programa na última semana para o atendimento especializado do agronegócio. O objetivo é aumentar a participação dos agricultores.

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A primeira agência com horário estendido e agrônomos especializados será em Dourados, no Mato Grosso do Sul, onde a instituição detém 86% do crédito rural. Os municípios de Araçatuba (São Paulo) e Cascavel (Paraná) também terão o mesmo modelo de atendimento. “O Banco do Brasil quer constantemente reafirmar a parceria com seus clientes. Por essa razão estamos lançando um atendimento ainda mais especializado, de forma que o produtor se sinta em casa e encontre aqui todas as soluções para o desenvolvimento da sua atividade”, disse, por meio de nota, o vice-presidente de Governo da instituição, Júlio Cezar Alves de Oliveira.

A estratégia do banco foi anunciada após retração das contratações do crédito rural entre as instituições públicas no primeiro trimestre da safra atual (queda de 32,5%) e o crescimento das instituições privadas (alta de 5,7%). No último mês, a Caixa Federal anunciou a aprovação automática de R$ 500 mil para projetos de custeio e análise remota de área produtiva para o crédito rural. Em outubro, o teto passou para R$ 1 milhão. A Caixa informou ainda que a solicitação de crédito será digitalizada. “A ação permite o acesso de forma digital ao dossiê de crédito em qualquer agência do país”, destacou.

Safra 16/17

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Segundo balanço do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgados no último mês, já foram liberados R$ 21,3 bilhões nos meses de julho e agosto para contratações do crédito rural visando a safra 2016/2017. Isso representa 12% dos R$ 183,9 bilhões programados para o ano agrícola, valor 19,76% menor do que no mesmo período da safra anterior.

Segundo o Mapa, isso aconteceu porque, diferente de anos anteriores, foram liberados R$ 10 bilhões em maio e junho para o pré-custeio. Na safra 2015/2016, foram separados R$ 187,7 bilhões para o crédito rural, mas os empréstimos dos produtores só atingiram 80% desse valor, cerca de R$ 150 bilhões.

Neste ano, as operações de custeio e comercialização da agricultura empresarial totalizaram R$ 117,3 bilhões. De acordo com a Secretaria de Política Agrícola do Mapa, a quantia equivale a 100% do montante programado para o ciclo. Do total, R$ 97,4 bilhões foram contratados a juros controlados (que variam entre 8,75% e 7,75% ao ano). Os financiamentos a juros livres somam R$ 19,9 bilhões, com 69% provenientes das Letras de Crédito do Agronegócio (LCA).

As operações de custeio e comercialização com juros controlados contarão com R$ 115,6 bilhões. Porém, os juros serão maiores, com taxas que variam de 9,5% a 12,75% ao ano. Já os juros para agricultores enquadrados no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) são de 8,5%. O governo federal destinou outros R$ 34 bilhões para investimentos.

Segundo o com o secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller, a expectativa é favorável para 2016/2017. “O Brasil vai colher mais de 200 milhões de toneladas de grãos. As cotações no mercado internacional estão aquecidos, há previsão de preços remuneradores e os recursos programados são significativos”, disse.

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