Brasil presta homenagem aos 200 anos da Independência da Grécia nos dias 24 e 25 de março
Ação demonstra fortes laços que unem os dois países
A ação conjunta entre a Embaixada da Grécia, em Brasília, o Consulado Geral da Grécia, em São Paulo e a Coletividade Helênica de São Paulo para celebrar o bicentenário da Revolução de Independência da Grécia do Império Otomano, dia 25 de março, terá importantes monumentos e prédios brasileiros iluminados pelas cores da bandeira grega (azul e branco) e projetarão imagens em vídeo mapping, nos dias 24 e 25 de março.
O Cristo Redentor, Rio de Janeiro (24 e 25 de março); a Catedral e o Museu Nacional, em Brasília (24 e 25 de março); a Praça Central e o Monumento da Abertura dos Portos às Nações Amigas, em Manaus (24 e 25 de março) e a Assembleia do Estado de Pernambuco, em Recife (25 de março); o edifício da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), na Avenida Paulista -, em São Paulo (25 de março – terá a projeção especial do vídeo artístico cultural criado pela empresa de audiovisual Rizomatique), Pinacoteca em São Paulo são os monumentos brasileiros escolhidos para homenagear a comunidade greco-brasileira.
Cerca de 40 mil gregos e descendentes residem em todo país com maior concentração nas cidades de São Paulo, Brasília e Florianópolis. A homenagem é muito significativa neste momento de pandemia para toda comunidade greco-brasileira. “Celebrar os 200 anos da Declaração da Independência da Grécia e relembrar as características da nossa nação: o amor pela liberdade, o heroísmo, a perseverança, a inteligência, o respeito e o orgulho pela nossa cultura”, afirma o Cônsul Geral da Grécia em São Paulo, Ilmo sr. Stylianos Hourmouziadis.
Todos os anos, a comunidade grega se reúne para comemorar a data tão importante para aquele país, e desde o ano passado não há celebrações por conta do isolamento social. Os gregos são um povo muito festivo e alegre, o Dia 25 de março é muito importante, não só pelo fato histórico e heroico como uma data para se reunir e comemorar com muita festa. Devido à pandemia, as comemorações serão através destas projeções compartilhadas em locais públicos e para divulgar também a importância da história contemporânea grega. “O que conhecemos até hoje é produto dos fundamentos filosóficos de nossos pensadores em todas as áreas do conhecimento humano. Este é um dos motivos em preservar a memória deste povo que ofereceu muito à humanidade”, completa Stayros Kyrioupoulos, presidente da Coletividade Helênica de São Paulo.
Em 25 de março de 1821, a Grécia iniciou seu movimento revolucionário de Independência do Império Otomano, que dominou o país por quatro séculos desde a Queda de Constantinopla, em 1453. Por todos estes séculos houveram várias tentativas de insurreição contra o império, sem sucesso. Com o crescimento do nacionalismo revolucionário por toda a Europa, nos séculos XVIII e XIX, inclusive na Grécia, o poder do Império Otomano começava a entrar em decadência.
A simpatia pela história clássica grega criou movimentos como o Filelenismo, que tinha entre os membros, o poeta Lord Byron, os quais lutaram ao lado dos gregos com o financiamento dos gregos da diáspora, de aristocratas europeus e dos Estados Unidos. Os conflitos entre os gregos e os otomanos continuaram até 1825. Durante os conflitos Lord Byron passou boa parte na Grécia e morreu em 1824, sua morte teve repercussão em toda Europa o que ocasionou em maior apoio à causa grega.
Aconteceram vários conflitos internos tendo seu desfecho em 1831. No ano seguinte, em 1932, com o apoio das grandes potencias de então, foi assinado o Tratado de Constantinopla, quando a Grécia se tornou um estado soberano regido pelo rei Oto I, da casa dos Wittelsbach da Bavária.
Durante toda a dominação, os gregos foram submissos, entretanto, mantiveram sua cultura e tradição, principalmente por meio da Igreja Ortodoxa Grega, que mantinha escondidos dos otomanos os ensinamentos religiosos e da língua grega. Esses ensinamentos formaram a base da Grécia contemporânea e o legado da Grécia Clássica, um orgulho para todos os gregos, tendo a data de 25 de março, o marco do fim da dominação otomana e comemorada com forte patriotismo, de geração em geração, no Brasil e em todo mundo.
