Carlos Josias: Jane Manssur, uma dama na estrada

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Confira coluna de Carlos Josias, sócio fundador do C. Josias & Ferrer

Nesses 50 anos de estrada – parece até disco do Erasmo – não dá para fugir do clichê: muita luz iluminou meu caminho. É clichê, sim, mas se encontrarem uma expressão melhor para definir quem surge no teu andar, te pega pela mão e mostra como se desvia das pedras – ninguém santo, bem entendido, até porque eu detesto pescaria, se é que me entendem – troco na hora, se me chegar antes do fim do texto.

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Pois neste andar, alguns clichês do tipo poderia recordar e, na realidade, vivo recordando, como Claudio Fernando da Silva, Julio César Rosa, Jack Suslik Pogorelski, Gelson Corblini, Família Caburé entre outros tão importantes quanto.

Mas ninguém como uma Dama. Sim, houve uma Dama. Uma Senhora Dama. A Dama. A Dama mais importante que cruzou minha trilha.

Jane Manssur. Jane Manssur foi um marco divisor na minha história e do Seguro e, sem ser advogada, também na do Direito Securitário do Rio Grande do Sul e do Brasil.

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Educadora por vocação, enérgica, exigente, disciplinadora, sempre teve o dom de, sobretudo, ensinar educando, mantendo a fineza, a gentileza, sem nunca ter perdido a ternura – aprende esta Che.

Conheci a Jane em meados de 80, e vivenciei adiante o empreendimento mais significativo na história do Direito do Seguro do RS, talvez do país.

Um passo que alterou a visão do Judiciário sobre o setor securitário.

Antes disto Jane, num ato de bondade, me convidou para lecionar Direito do Seguro na ENS e mais, me concedeu a honraria de ajudá-la a montar o quadro docente ou completá-lo, pois alguns nomes ela já possuía.

Era meados para final de 80.

A ENS foi um sucesso mas o marco divisor veio nos anos 90, e por duas vezes Jane lecionou criatividade, talento, competência e sabedoria. Não só de Educadora, mas de Organizadora e Dirigente.

Num período em que operadores do seguro eram tidos como picaretas – sim, picaretas sim, sem nenhum exagero, não temos que ter vergonha disto, temos é que ter orgulho de ter sido derrubado este preconceito – perante o Judiciário e que um ministro do STF chegou a se referir ao Seguro como “este desconhecido”, com talento extra promoveu uma revolução. Generosa, Jane me concedeu nova honraria. Me convocou para a ajudar na organização de um Congresso entre Profissionais do Seguro e a Magistratura.

Lá me fui com a Laura Agrifoglio fazer o que fosse possível junto com A DAMA.

Aquele Congresso mudou a visão do Judiciário sobre o setor no Brasil inteiro. Todo o Tribunal de Justiça do RS, Associações de Magistrados do país inteiro, e militantes do seguro, técnicos e advogados, esgotaram as inscrições e lotaram a Serra Gaúcha. E por duas vezes. Tanto sucesso que o modelo foi importado pelo resto do Brasil e o Paraná logo em seguida repetiu o encontro. No Paraná fomos daqui eu e o Jardim, Presidente da AJURIS na ocasião, representando o RS, fruto da genialidade da Jane que até hoje modestamente, como sempre, diz que a ideia foi do Diretor Junqueira: que seja, mas ela traçou o plano e executou, com maestria. O resto da terrinha copiou.

Jane, A DAMA, foi pioneira e está na história do Seguro Brasileiro, e, generosamente, de carona, encontrou um cantinho para me incluir nela, timidamente.

34 anos no cargo, 75 turmas formadas, VIVA para nossa grande DAMA.

Saudações;
Carlos Josias, sócio fundador do C. Josias & Ferrer

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