Clube da Bolinha PR: 60 anos de contribuições ao setor

Atualmente, entidade reúne mais de 50 integrantes ativos

Em 22 de fevereiro de 1962, o Restaurante do Clube do Comércio, em Curitiba (PR), recebia 17 seguradores para um jantar em que todos estavam inspirados em sacramentar a ideia de levar para o território paranaense um case de sucesso do Estado vizinho, São Paulo. Era o começo da trajetória do Clube da Bolinha do Paraná, entidade que completa 60 anos mantendo a missão original de estimular o debate sadio entre os players do mercado regional, estreitar os relacionamentos entre eles e ser um campo fértil para a descoberta de soluções úteis a todo o mercado segurador.

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Já em junho de 1962, perto de completar o quinto mês de atividades, o Clube da Bolinha PR agregava os primeiros novos integrantes, depois do pessoal que fundou a entidade. Por votação que envolveu as hoje famosas “bolinhas brancas” indicando aprovação aos indicados e “bolinhas pretas” indicando reprovação. Em março de 1963, dias depois do primeiro aniversário, ocorreu a primeira reunião em que ficou registrada a escolha de um anfitrião para o encontro subsequente do Clube, formalidade que virou tradicional, permanecendo viva até os dias de hoje.

Conforme registros do Clube, no encontro de 12 de dezembro de 1969, realizado também no Restaurante do Clube do Comércio, na Capital paranaense, aprovada a determinação de que o Clube da Bolinha passaria, também, a cumprir um papel social, beneficiando mensalmente uma entidade de caridade. Atualmente, o sexagenário Clube da Bolinha (PR) conta com mais de 50 integrantes, que zelam pela tradição de manter viva a missão original da entidade e, por extensão, contribuir para a saúde do mercado segurador do Paraná. Confira entrevista exclusiva com o atual reitor, Aristides Damião Junior:

JRS: O Clube da Bolinha (PR) foi fundado em 1962 por 17 seguradores. Com o tempo, corretores de seguros também passaram a compor a confraria. Detalhe esse histórico, por favor. 

Aristides Damião Junior: Atualmente com 51 integrantes, o Clube da Bolinha do Paraná reúne – e reuniu durante toda a sua história, os grandes profissionais do mercado paranaense de seguros. Quando da fundação, apenas o primeiro escalão das seguradoras que atuavam no Paraná participavam do Clube. Com o tempo, muitos dos integrantes “mudaram de lado”, passando a atuar como corretores de seguros, o que fez com que a mescla de profissionais seguradores e corretores de seguros se tornasse natural, inclusive permitindo que corretores de seguros passassem a ingressar diretamente.

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Aliás, para se tornar um membro do Clube, é preciso ser indicado por um de seus participantes. A indicação é, então, colocada em votação em uma das nossas reuniões. Para ser aceito, é necessária a aprovação de 80% dos presentes na reunião. A votação é feita utilizando “bolinhas brancas” para aprovação e “bolinhas pretas” para a recusa. Eis o porquê do nome do Clube.

JRS: Qual a grande contribuição dos bolinhas paranaenses ao mercado de seguros brasileiro, ao longo dessas seis décadas?

ADJ: Para entender o papel do Clube da Bolinha, é preciso imaginá-lo como um grande “mastermind” do mercado de seguros. Quase todas as personalidades do mercado de seguros fazem ou fizeram parte do Clube. Em resumo, o Clube da Bolinha reúne, mensalmente, a maioria das pessoas que têm poder de decisão sobre os rumos do mercado de seguros.

O Clube da Bolinha tem como mérito reunir essas mentes e estimular o debate de ideias, além de estreitar os relacionamentos entre eles, tornando-se um campo fértil para a busca de soluções de problemas que afetam todo o mercado. A entidade também tem a missão de zelar pela harmonia entre os players do nosso mercado.

JRS: Ao longo de 60 anos, muita coisa mudou, mas os bolinhas se mantiveram firmes em seus propósitos de liderança. Como isso foi possível?

ADJ: O conceito e o propósito do Clube da Bolinha mudou muito pouco, desde a fundação. O Clube nasceu para facilitar a troca e acordo de cosseguros entre seus membros, mas logo o objetivo se tornou muito maior, ou seja, estreitar relacionamentos e zelar pelo mercado de seguros. Como os critérios de ingresso também mudaram pouco durante este tempo, conseguimos manter a qualidade e representatividade dos nossos membros, com um grande poder de decisão, tanto na esfera regional quanto nacional, o que mantém o Clube sempre forte, principalmente em termos de representatividade.

JRS: Pode nos contar um pouco sobre a trajetória do reitor dentro do Clube e na sua vida profissional?

ADJ: Entrei no mercado de seguros em novembro de 1982, em Curitiba, na Bamerindus Cia de Seguros, na área de O&M, onde fiquei por sete anos. Depois fui para a área comercial, trabalhando em Porto Alegre, Florianópolis, Goiânia e Brasília. Em 1998, voltei para Curitiba, onde trabalhei na Bradesco Seguros por três anos e, em seguida, me transferi para a Tokio Marine, companhia em que permaneci até minha aposentadoria. Foram 30 anos de serviços na área de seguros.

Em 2003, fui indicado pelo amigo José Antônio Santa Ritta, para integrar o Clube da Bolinha, onde atuei como secretário e também tesoureiro em gestões distintas. Estou reitor desde março de 2020, compondo a reitoria com Vladimir Sipoli (secretário) e Elexandro Carvalho de Brito (tesoureiro). Assumimos justamente no começo da pandemia e tivemos o mandato renovado automaticamente para o ano seguinte, pois não conseguíamos nos reunir de forma presencial. Ficaremos até março deste ano.

Devido a toda situação enfrentada nestes últimos dois anos, conseguimos realizar apenas quatro encontros presenciais, mas entendemos que foi uma gestão vitoriosa. Desenvolvemos o site www.clubedabolinhadoparana.com.br, e estamos digitalizando toda a história do clube desde sua fundação. Durante toda a pandemia, utilizamos o valor arrecadado – facultativamente – dos membros do Clube, para ajudar os necessitados neste período difícil. No total, foram mais de 50 mil reais arrecadados, que beneficiaram 25 instituições de caridade, indicadas pelos próprios sócios do Clube.

JRS: Um recado final para realçar a comemoração dos 60 anos? 

ADJ: Vale destacar que, dentre os fundadores originais do Clube, ainda temos a honra e o prazer de ter João Gilberto Possiede. Além disso, a importância da existência do Clube da Bolinha, tanto do Paraná quanto em outros estados, é fundamental para o desenvolvimento do mercado. Tenho certeza de que, se Dimas Maia não tivesse criado o primeiro Clube da Bolinha, o nosso mercado de seguros seria muito diferente. Se para melhor ou para pior, não ouso dizer, mas seria bem diferente, sem sombra de dúvidas.

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