Conselhos de administração estão e devem ser cada vez mais diversos e inclusivos

É o que aponta uma pesquisa global da KPMG

A expectativa dos stakeholders com uma pressão cada vez maior sobre o alinhamento entre o que é divulgado e o que é praticado pelas empresas, vem impulsionando mudanças crescentes e contínuas nos aspectos de diversidade e inclusão nos conselhos de administração. Além disso, para compreender tendências, elaborar um planejamento estratégico efetivo e adaptado às novas realidades no negócio, gerenciar e otimizar riscos e manter e desenvolver talentos, é fundamental contar com diferentes pontos de vista no conselho, com o intuito de fomentar discussões mais enriquecedoras.

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Os conselhos de administração das empresas brasileiras já reconhecem a importância de perspectivas distintas para compor os debates e o planejamento estratégico, mas a jornada rumo à diversidade ainda está em fase inicial, mas é de suma importância para o sucesso das decisões. Essas são algumas das conclusões da pesquisa global “Diversidade nos Conselhos de Administração”, conduzida com mais de 700 conselheiros de administração e membros de comitês no mundo, com destaque à participação do Brasil, num total de 89 respondentes pelo ACI Institute e o Board Leadership Center, ambas iniciativas da KPMG no Brasil e no mundo.

Se a sua empresa precisasse recrutar novos conselheiros para melhor atender as suas necessidades atuais e futuras, o quão diferente seria a composição do conselho — incluindo diversidade de habilidades e experiências — de sua composição atual? “Um dos destaques da pesquisa diz respeito à percepção sobre a diversidade na composição dos conselhos de administração em que atuam, incluindo diversidade de habilidades e experiências. 31% no Brasil (37% no Global) informam que não haveria mudanças significativas na composição do seu conselho para atender as necessidades atuais e futuras do negócio, e a maioria (64% no Brasil e 59% no Global) entende que alguma adaptação seria necessária. As necessidades estratégicas e competitivas, para 62% dos respondentes no Brasil (57% no Global), são os principais motivadores para o recrutamento de novos conselheiros”, afirma Sidney Ito, CEO do ACI Institute e do Board Leadership Center do Brasil e sócio em Riscos e Governança Corporativa da KPMG no Brasil.

A pesquisa da KPMG evidenciou, ainda, os principais desafios atuais dos conselhos de administração no Brasil:

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  • Blindspots e oportunidades: para 72% dos conselheiros a falta de diferentes pontos de vista dificulta a identificação de pontos cegos sobre questões estratégicas (57% no Global)
  • Diversidade e compromisso social: para 58% a diversidade do conselho é relevante ou muito relevante na avaliação e condução do papel social da empresa (73% no Global)
  • Inclusão: a liderança do conselho é eficaz e hábil em extrair pontos de vista, ideias e preocupações de todos os membros do conselho para 46% dos entrevistados (54% no Global)
  • Planejamento estratégico: 62% mencionaram necessidades estratégicas e competitivas como fatores de maior influência para a mudança na composição do conselho de administração (57% no Global)
  • Confiança e transparência: liberdade para questionar informações apresentadas (75% Brasil x 79% Global), receptividade a discussões abertas (63% Brasil x 70% Global) e incentivo a críticas construtivas (62% Brasil x 67% Global) são algumas das iniciativas para construir e demonstrar confiança e transparência no conselho
  • Recrutamento ativo: conhecimento em tecnologia e estratégia digital é uma das qualificações mais buscadas em futuros membros para os conselhos; já a diversidade étnico-racial tem sido o foco para novos membros em uma perspectiva de longo prazo

“63% dos respondentes declararam não fazer parte de nenhum grupo diverso, mas a maioria daqueles que se identificam como membros de algum desses grupos, seja em termos de gênero, raça/etnia ou orientação sexual, disseram que sua voz é ouvida e todas as opiniões são reconhecidas igualmente. Entretanto, foram identificadas algumas barreiras, sendo as principais a cultura do Conselho, que não incentiva a participação de todas as vozes no grupo igualmente, e a dominação das discussões por membros que não fazem parte de grupos sub-representados”, afirma Fernanda Allegretti, sócia-diretora do ACI Institute, do Board Leadership Center Brasil e de Markets da KPMG no Brasil.

O estudo “Diversidade nos Conselhos de Administração — Pesquisa Global”, foi conduzido com mais de 700 conselheiros, sendo 89 do Brasil, pelo ACI Institute e o Board Leadership Center, ambas iniciativas da KPMG. O material foi elaborado com o objetivo de entender melhor as percepções dos membros de conselhos de administração sobre os desafios e oportunidades com relação à diversidade nos conselhos. O perfil dos respondentes brasileiros foi composto da seguinte maneira: membro ou presidente independente do conselho de administração (49%); membro do conselho de administração (36%); presidente do conselho de administração e executivo da empresa (8%); membro ou coordenador(a) do comitê de nomeação e governança (7%).

O conteúdo está disponível na íntegra neste link.

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