Consórcio de bens móveis e imóveis acumulam recorde de crescimento

Facilidade, ausência de juros e planejamento financeiro estão entre os estímulos para o brasileiro apostar no sistema de consórcios

Com a independência financeira cada vez mais presente, a opção de investir em consórcio, tornou-se prioridade entre os brasileiros. Além de realizar investimentos, conquistar autonomia e adquirir bens almejados com mais benefícios, o consórcio também é uma forma de poupança compartilhada, uma maneira de guardar dinheiro e pagar à vista. Segundo André Duarte, Diretor Geral do Consórcio Lojacorr e especialista em finanças estratégicas, entre as modalidades mais comuns e adquiridas pelos consumidores desse sistema estão os bens móveis como motos, carros, máquinas agrícolas, entre outros. E os imóveis: casas, apartamentos, terrenos e conjuntos comerciais. Ainda segundo ele, em ambos os casos, o patrimônio é adquirido mesmo sem todos os recursos suficientes para o negócio. Duarte explica ainda que esse tipo de consórcio é interessante principalmente para quem tem visão a longo prazo. “É ainda mais atrativo para o consorciado que não tem urgência ou pressa em adquirir seu bem e assim coloca em prática o planejamento financeiro”, aponta.

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O crescimento do consórcio de bens móveis e imóveis segue em alta. Por exemplo, no caso de veículos leves (bem móvel), recente pesquisa realizada pela assessoria econômica da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), revelou que foram vendidas mais de 800 mil cotas no 1º semestre deste ano. Estes dados apontam para uma expansão de 13,5% em relação ao mesmo período de 2022. Já as motocicletas, a ABAC revelou que o total de cotas vendidas chegou a 636,67 mil no segmento. Com esse resultado, a elevação ficou em 7,9% na comparação com as 589,92 mil cotas vendidas no 1º semestre de 2022.

E no caso de bens imóveis, considerada a opção mais simples e econômica para realização do sonho da casa própria, essa modalidade é a terceira maior do Sistema de Consórcios em participantes ativos. Em maio, a assessoria econômica da ABAC realizou pesquisa junto a suas administradoras associadas que atuam no segmento de imóveis e constatou que 43,3% utilizaram seus créditos para a compra de imóveis residenciais urbanos. No acumulado entre janeiro e junho, o volume de créditos contratados via consórcio para compra de imóveis atingiu R$64,1 bilhões. Na comparação com o acumulado no 1º semestre de 2022, a alta foi de 19,7%.

Esse recorde de aumento deve-se a vários fatores, mas de acordo com Alcides Andrade Araujo Junior, corretor de seguros da A3MG, sócio de Atila Abi Ali, especializado no consórcio de bens imóveis, o quadro econômico e social fez a diferença por essa mudança de comportamento. “Julgo que a elevada taxa de juros e a conscientização da população de que se planejando irá pagar mais barato, são dois dos principais fatores para que isso ocorra”, explica. Junior que vem comercializando consórcios desde 2006 e que, atualmente, atende consumidores de todo o país e auxilia profissionais do ramo a vender consórcios por meio de um hub especializado através de negócios compartilhados, ressalta ainda que o principal desafio para um crescimento maior do consórcio no país é fazer com que o cliente deixe de ser imediatista e passe a fazer o planejamento no médio e longo prazo. “O conceito do aculturamento em relação ao investimento já vem mudando, mas o consumo imediato ainda é parte da essência do brasileiro”, diz.

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