Corretoras de valores aumentam receita e investimentos

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“Aumentou a compreensão de que é necessário não só guardar dinheiro, mas também fazê-lo render e entender como funciona o mundo dos investimentos”

Com a volatilidade causada pela crise por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a expectativa era que o número de investidores na bolsa de valores caísse. Mas o cenário é outro, segundo os dados da B3. Entre março e abril, a bolsa registrou mais de 400 mil novos investidores. Atualmente, conta com 2,385 milhões de CPFs cadastrados. Em abril, cerca de R$ 4,36 bilhões em investimentos estrangeiros foram retirados. A retirada de investimentos estrangeiros no Brasil superou a da crise de 2008. Entretanto, este aumento no número de pessoas físicas investindo gerou um fluxo positivo de R$ 5,66 bilhões no mesmo período.

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O Sócio-Diretor da Nova Futura Investimentos, João Ferreira, explica que o crescimento de pessoas físicas cadastradas acabou de certa forma amortecendo os impactos da retirada estrangeira. “Esses dados de crescimento cooperaram para que a retirada de investimento estrangeiro não trouxesse impactos tão grandes. Tanto que o Ibovespa fechou o mês de abril com alta de 10,25%, recuperando algumas perdas que aconteceram neste período”. Ferreira pontua que as corretoras sentiram o impacto positivo deste aumento e que o momento de pandemia pode ter despertado as pessoas para a necessidade de investir. “As pessoas começam a buscar por corretoras agora. Aumentou a compreensão de que é necessário não só guardar dinheiro, mas também fazê-lo render e compreender como funciona o mundo dos investimentos”, afirma. Além disso, Ferreira ressalta que a Nova Futura tem notado não só a entrada de novos clientes, mas também uma mudança nos hábitos de investidores já cadastrados. “A Nova Futura percebeu um aumento significativo no número de cadastros, até mesmo clientes já cadastrados começaram a investir após a crise ocasionada pelo Covid-19. O ritmo de 15 mil novas contas ao mês foi intensificado a partir de fevereiro”.

Para o Executivo, a saída considerável de investimentos estrangeiros já vinha surgindo antes da pandemia. “Isso se dá muito por conta do coronavírus. Mas só em janeiro, cerca de R$ 15 bilhões em investimentos estrangeiros foram retirados. Então, vale ressaltar que os indicadores econômicos brasileiros já estavam deixando os investidores estrangeiros inseguros”, afirma. Ferreira destaca que outro fator foram as reduções na taxa de juros, que também acabaram por tirar a atratividade do Brasil no cenário externo. “Os cortes na taxa Selic também tiraram um pouco a atratividade do país. Enquanto nossos juros ficarem no patamar atual, extremamente baixo e a turbulência política se manter, continuaremos a ver o real depreciado”, finaliza.

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