Covid 19 e Telessaúde são pauta de fórum virtual da ANSP

Em live, catedráticos da Academia Nacional de Seguros e Previdência reforçam que é imprescindível o mercado disseminar a informação correta sobre planos de saúde e telemedicina, no país

A Academia Nacional de Seguros e Previdência realizou no final de tarde desta terça-feira, 9, um fórum acadêmico com foco em dois temas absolutamente importantes no momento: Coronavírus e Saúde Suplementar. Segundo o presidente da ANSP, João Marcelo dos Santos, responsável pela abertura do encontro virtual, a live, integrando a série Café com Seguro, buscou cumprir o objetivo social da entidade de esclarecer fatos e dar ao público a visão de especialistas sobre os debates decorrentes da pandemia.

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Santos ressaltou o papel do fórum em debater sobre as ações civis públicas que estão proliferando nos últimos 70 dias, buscando dar indicadores de quais delas são pertinentes e quais são inoportunas e agravam o risco de saturação do sistema de saúde brasileiro. O presidente citou, como exemplo emblemático, a ação civil pública que sustenta que a inadimplência não pode gerar suspensão de coberturas de planos de saúde, em razão do momento de pandemia. “Se o juiz respaldar a ideia de se deixar de cobrar mensalidades dos planos de saúde, essa decisão irá prejudicar toda a rede de saúde, ocasionando que as operadoras não consigam pagar hospitais, médicos, fornecedores e outras despesas”, exemplificou. Um dos objetivos da mesa redonda foi tentar mitigar os ruídos de informação sobre a saúde neste momento de incertezas.

O mediador do debate, Josafá Ferreira Primo, coordenador da Cátedra de Saúde, ratificou o alerta do presidente da Academia, ressaltando a importância de a entidade conduzir o mercado para soluções perenes, de modo que o sistema de saúde permaneça efetivo, mesmo depois de cessar a pandemia do Covid-19. Ele citou que, neste sentido, as operadoras de saúde estão revisando o conhecimento de home office e identificando nas experiências atuais uma sensação de satisfação dos clientes até maior em relação aos atendimentos presenciais. “As pessoas estão se sentindo mais seguras com o atendimento em casa”.

Ileana Moura, vice-coordenadora da cátedra de Saúde, traçou um histórico da saúde digital no mundo, destacando que conceitos como telemedicina e telessaúde passam por pesquisas desde a década de 1980, quando já se falava em avanços como prontuário eletrônico, teleaconselhamento e teletriagem. Ela destacou que, em 2018, tentou-se regulamentar a teleconsulta no Brasil, o que não vingou, na época, por pressões de entidades médicas. “Contudo, a pandemia forçou a adoção da teleconsulta, de modo a resguardar o atendimento aos grupos de risco do Covid-19”, lembrou, destacando que a pandemia está fortalecendo esse debate. Ela citou que tecnologias bastante avançadas podem tornar o exame remoto até mais preciso do que o realizado presencialmente.

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A advogada especialista em Direito da Saúde, Lidiane Mazzoni, enfatizou a necessidade de que os operadores da área de Saúde lutem pela disseminação das informações corretas, não só sobre o Covid-19, mas sobre como funcionam os preços dos planos de saúde. “Todo dia há uma situação, um assunto novo a ser levantado pela população, o que requer melhor atenção da Agência Nacional de Saúde”, frisa. Lidiane pediu um posicionamento mais forte da ANS, quanto a tópicos atuais, como as ações civis que requerem isenção das carências dos planos de saúde suplementar, por exemplo.

A palestrante Magali Zeller, coordenadora da cátedra atuarial, revelou a preocupação com a solvência do mercado e também fez um pedido, no ar, à ANS, para a agência ter posicionamentos mais enfáticos sobre o debate referente à abrangência dos planos de saúde, de modo a mitigar a judicialização do mercado.

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