Dispara a oferta de cursos de Segurança Contra Incêndio no Brasil
Levantamento realizado por especialistas do setor aponta alta de 168% no volume ofertado em 2020
Os cursos de Segurança Contra Incêndio estão passando por um verdadeiro “boom” no Brasil. De acordo com levantamento realizado por especialistas da PUC-PR e Instituto Sprinkler Brasil, a oferta de especializações em SCI aumentou 168% no ano passado, e saltou de 6 em 2019 para 16 em 2020. Neste ano a tendência mantém-se elevada, com 13 cursos de Segurança Contra Incêndio ofertados.
“Notamos um crescente interesse de profissionais pelo assunto, o que impacta diretamente no grande número de cursos ofertados nos últimos dois anos. Tem muita gente buscando qualificação nessa área e há uma carência enorme de especializações para esse segmento. Felizmente temos notado que há uma demanda reprimida e isso tem se revelado nessa grande oferta de cursos”, explica Marcelo Lima, diretor-geral do Instituto Sprinkler Brasil, organização sem fins lucrativos que tem como missão difundir o uso de sprinklers nos sistemas de prevenção e combate a incêndios em instalações industriais e comerciais no País.
O executivo ressalta que é preciso ter muita cautela na hora de optar por um curso de SCI. “As pessoas precisam tomar muito cuidado com a qualidade do curso oferecido. Recomendamos que fiquem de olho na programação do curso, no currículo dos profissionais apresentados e na instituição que oferece o curso. É a melhor maneira para evitar frustrações e possíveis ciladas”, completa Lima.
Pioneiro em cursos de Segurança Contra Incêndio no País, o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros do Paraná e professor/coordenador da pós em Engenharia de Segurança Contra Incêndio e Pânico da PUC-PR, Ivan Ricardo Fernandes, também tem notado maior interesse de profissionais ligados à área de incêndio por qualificação. “A aprovação da Lei Kiss foi um dos fatores que ajudou a ampliar o interesse pelo assunto. Ainda há muito espaço para oferta de cursos desse gênero no país. Tenho visto muita gente interessada no tema e buscando qualificação”, conta o acadêmico, responsável pela formação de mais de 300 profissionais em SCI desde 2009. “Estamos na 13ª turma e o interesse continua cada vez mais recorrente”, afirma o tenente-coronel.
Para Dayse Duarte, professora do curso de SCI pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o aumento constante de ocorrências e notificações de incêndio também apontam uma vasta oportunidade para quem pretende lidar com o assunto. “Parece que as pessoas começam a entender que o incêndio é um problema grave e que precisa ser combatido com seriedade. Incêndios de grandes proporções e alto volume das ocorrências têm ajudado a despertar o interesse para essa problemática”, diz. A especialista explica que a busca por qualificação nessa área pode ajudar a combater esse problema de frente e ser um caminho para diminuir o alto volume de ocorrências. “O curso dá um embasamento teórico muito importante para quem está buscando mais informações técnicas. O profissional consegue ter uma visão mais completa sobre o tema e contribuir com projetos na área”, completa.
Outro grande incentivador de cursos relacionados à SCI é o comandante do 1° Batalhão de Bombeiro Militar de Porto Alegre, o tenente-coronel Eduardo Estêvam Camargo Rodrigues. Com doutorado na área e atuando há mais de 20 anos em segurança contra incêndio nas edificações no Corpo de Bombeiros Militar, ele sempre procura motivar a qualificação dos profissionais envolvidos na área. “A efetiva segurança dos empreendimentos será alcançada se fatores condicionantes básicos forem atendidos, e a qualificação de todos os profissionais envolvidos, bombeiros, engenheiros e arquitetos, é imprescindível”, informa.
Rodrigues também lembra que o Rio Grande do Sul tem dois polos de ensino bem respeitados no País. “Tanto a Unisinos como a UFRGS são dois ótimos exemplos na qualificação profissional nesse quesito, assim como no estado há um dos melhores laboratórios de Segurança Contra Incêndio no Brasil”, aponta.
