Especialistas mencionam desafios para mercado se adaptar a Circular 662 da Susep

Encontro virtual foi promovido na manhã desta terça-feira (07 de junho), pela Fator Seguradora

A Fator Seguradora promoveu, na manhã desta terça-feira (07 de junho), um webinar para debater os impactos das mudanças impetradas pela Circular 662 da Superintendência de Seguros Privados (Susep) no Seguro Garantia. O encontro virtual contou com mediação de Taisa Loureiro, gerente jurídica da companhia, e reuniu Dr. Cassio Amaral (Mattos Filho), Anna Beatriz (Aon) e o diretor de Garantia da Fator Seguradora, Pedro Mattosinho.

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Mattosinho, ao abordar as diferenças do Seguro Garantia e da Fiança Bancária, lembrou que “a grande dificuldade é que quem contrata [o tomador] quer a apólice mais barata. Precisamos buscar o equilíbrio e temos grandes desafios para frente”, explicou. “O Seguro Garantia tem o próprio Estado como principal beneficiário. A apólice com o tempo vai sendo tornada mais líquida, em benefício do segurado. A 662 já era esperada há muito tempo e do jeito que ela saiu temos um grande desafio, temos de nos adaptar a este novo clausulado. A Susep acaba reverberando as reclamações do consumidor”, apontou o especialista.

Na visão do diretor de Garantia da Fator Seguradora, esse mercado tem ido na direção da digitalização, o que pressupõe massificação. “Como fazer isso tudo é um grande desafio e essa adaptação ao que determina a Circular também tem um custo. A subscrição vai ficar mais lenta, são contratos grandes”, estimou.

O Dr. Cassio Amaral, do escritório Mattos Filho Advogados, correlacionou as mudanças no segmento à flexibilização dos produtos de Danos de uma forma geral, colocada em prática pela Susep. “O Garantia tem o diferencial de ter milhares de clientes do setor público e com demandas específicas que o mercado terá de se adaptar. Essa norma veio no sentido de acomodar, ser protetiva, em benefício do segurado e conversada com as procuradorias e traz uma segurança para a administração pública no que diz respeito a assessoriedade do contrato de seguro. Não caberá a seguradora dizer que não sabia, não acompanhou, que houve mudanças no projeto. Todos precisam estar mais atentos na subscrição e regulação dos sinistros”, comentou.

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Amaral lembrou que o movimento traz segurança para o segurado no dia a dia. “Existe um receio de qualquer movimentação possa gerar a perda do direito a indenização, então essas mudanças na Circular trazem mais conforto para o segurado – tanto setor público, como o mercado privado – que precisa crescer, pois há demanda reprimida em Seguro Garantia”, analisou ao enfatizar a importância do diálogo entre todas as partes, um movimento de todos stakeholders do mercado para montar um produto para ser utilizado como modelo.

Anna Beatriz, da Aon, citou o boom de garantias judiciais e as transformações no mercado nos últimos cinco anos, seja em tecnologia e automação. “Plataformas nos dão conforto. As empresas lidam com a conversão do analógico para o digital, mas ao mesmo tempo precisarão voltar um pouco e utilizar procedimentos ‘à moda antiga’, diante do detalhamento exigido para este tipo de contrato de cobertura”, finalizou ao mencionar a importância do corretor mapear todos os passos para facilitar os processos e obstáculos que podem ser encontrados na hora da contratação de uma proteção neste segmento de negócios.

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