FFP debate finanças pessoais e cenários macroeconômicos e políticos

Estabelecer uma relação mais saudável com o dinheiro é fundamental a fim de nos prepararmos para uma vida longa e com recursos. Informação e educação financeira são essenciais para atingirmos essa condição”, afirmou o presidente da FFP, Rodrigo Sisnandes Pereira, em sua fala de abertura

Finanças pessoais e cenários macroeconômicos foram os principais temas debatidos no Connect, série de dois eventos gratuitos realizados pela Fundação Família Previdência (FFP) nos dias 25 e 26/10 no Salão de Atos da PUC em Porto Alegre. “Estabelecer uma relação mais saudável com o dinheiro é fundamental a fim de nos prepararmos para uma vida longa e com recursos. Informação e educação financeira são essenciais para atingirmos essa condição”, afirmou o presidente da FFP, Rodrigo Sisnandes Pereira, em sua fala de abertura.

Publicidade

 

Caminhos para o Futuro

No primeiro dia, o palco do Caminhos para o Futuro foi das mulheres. Dedicada a ajudar pessoas a lidarem melhor com a sua vida financeira, Ana Leoni, comentou que as decisões financeiras costumam levar em consideração o momento presente. “Não nos reconhecemos no futuro, por isso, é tão difícil o jovem assimilar que vai envelhecer”, ponderou. Esse comportamento reflete a realidade do Brasil em que menos de 3% dos aposentados vivem dos próprios recursos. Ou eles precisam seguir trabalhando ou dependem de ajuda. A longevidade agrava essa estatística. Conforme a OMS, a expectativa de vida do brasileiro é de 76,6 anos, e a expectativa de vida saudável, de 65,4 anos. “Se nos déssemos conta da importância de olhar para o futuro desde cedo, entenderíamos a necessidade de tomar decisões de forma mais coerente”, afirmou.

O Caminhos também contou com a participação da publicitária Beia Carvalho, eleita Personalidade RH 2019 e Prêmio Excelência Mulher 2010, que falou com sobre futuro e a importância das novas gerações na busca pela inovação, e da Flávia Ávila, abordando a economia comportamental como uma perspectiva na construção de soluções.

Publicidade

 

Seminário Econômico & Investimentos

O Seminário Econômico & Investimentos, realizado dia 26/10, apresentou cenários políticos e macroeconômicos para o próximo ano. Para Felipe Sichel, sócio e economista-chefe da Modal, as duas questões estão intimamente relacionadas. Com a polarização da disputa política e imprevisibilidade do resultado das urnas, o pano de fundo macroeconômico, externo e interno, deve direcionar as ações do próximo governo, independentemente de quem for eleito. A partir de segunda-feira, as atenções dos investidores devem se voltar à nova proposta para o teto de gastos e acréscimo de custos, como a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600, políticas sinalizadas por ambos os candidatos. Mudanças no teto de gastos, instituído por PEC, levariam os investidores a questionar sobre a consistência e previsibilidade das políticas de governo. A partir do segundo turno, as atenções se voltam novamente ao Congresso, mais voltado à centro-direita no próximo mandato, e à eleição das presidências de Câmara e Congresso.

Sócio e estrategista do BTG Pactual, Tiago Berriel abordou os possíveis cenários macroeconômicos para 2023 no Brasil. Apesar da previsão de queda na inflação, o índice deve seguir acima da meta, forçando um menor crescimento para o próximo ano. Em relação às possíveis políticas de um novo governo, ele acredita que ambas as visões possam ter sucesso se bem executadas. “Lula deve fazer uma reforma tributária mais pesada para aumentar a arrecadação, a fim de viabilizar projetos sociais e de infraestrutura. Bolsonaro deve ter uma reforma tributária mais neutra, focando em reduzir gastos, através de reformas administrativas e privatizações. Estado máximo ou Estado mínimo são preferências políticas e ambas têm soluções viáveis”, ponderou.

Bruno Marques e Marcos Peixoto, sócios da XP Inc., encerraram o ciclo de palestras da manhã falando sobre mercado e investimentos. Marques falou sobre cenário internacional e fez um panorama do que vem levando à alta de juros nos Estados Unidos, como a inflação nos serviços, gerada pelo mercado de trabalho muito aquecido. “Quando juros sobem num país desenvolvido, como EUA, você tem que reprecificar tudo no mundo inteiro”, afirmou.

Peixoto falou sobre renda variável e apontou que o Ibovespa retomou níveis de valuation de 2015, ano de recessão, embora as empresas estejam em melhor saúde financeira. O executivo percebe que o mercado de renda variável evoluiu no Brasil nos últimos anos, atraindo o investidor comum e, após passar por um alto fluxo de resgates, deve voltar a se normalizar em 2023, com melhora da economia e consolidação do cenário político.

O evento também contou com a participação do diretor do Instituto Brasilis, Alberto Carlos Almeida, do economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, e do gestor responsável por Global Equities da Kinea, Ruy Alves.

Artigos Relacionados