Frente Parlamentar Mista de Segurança Contra Incêndios avança em agenda de projetos

Publicidade

Regulamentação de Engenheiro de Segurança contra Incêndio; atuação do Corpo de Bombeiros e registro estatístico de incêndios no País figuram entre as pautas prioritárias do grupo

A Frente Parlamentar Mista de Segurança Contra Incêndios (FPMSCI) se reuniu na última terça-feira (29) para discutir pontos de atenção para próximos projetos, que têm como objetivo ampliar o debate sobre incêndios em todo o território nacional e elaborar políticas públicas efetivas na prevenção e no combate às chamas. A regulamentação da profissão do Engenheiro de Segurança contra Incêndio; a atuação do Corpo de Bombeiros e a necessidade de um registro estatístico de incêndios no País estiveram entre as prioridades debatidas pelos participantes.

Publicidade

Uma das frentes de ação da Frente, presidida pelo deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP), será o mapeamento dos pontos de convergência dos profissionais do setor, para que possam desenvolver uma legislação que potencialize o trabalho de todos, beneficiando a segurança da população. “A intenção do grupo é antecipar possíveis problemas e entender o que podemos aprimorar a legislação de Segurança contra Incêndio antes que uma tragédia ocorra. Neste sentido, é essencial que os setores público e privado caminhem juntos, desenvolvendo um trabalho com amplo alcance. Temos 199 parlamentares que compõem a frente. Qualquer iniciativa nossa que encontremos um consenso já obtém grande força para tramitar no congresso”, afirma. Além de atuar como vice-líder na Câmara, o parlamentar tem longa experiência na Polícia Militar e Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo.

Para Marcelo Lima, diretor-geral do Instituto Sprinkler Brasil, a FPMSCI tem um papel importante para sanar questões existentes a longo prazo na área de proteção contra incêndio, como a criação de uma estatística unificada de ocorrências no País e o reforço da educação formal de profissionais que compõem o setor. “Criar uma base estatística para estudos do Corpo de Bombeiros e outros profissionais é fundamental. Por hora, ainda não temos como quantificar as ocorrências e não temos material aberto para consulta, que permite o entendimento da dimensão do problema no País. Em paralelo, também nota-se a falta de educação formal no setor. Precisamos de profissionais preparados e qualificados para a atuação e projetos que caminhem no sentido do PL 4407”, diz. O Projeto de Lei, de autoria do deputado Ricardo Izar (PP-SP) e Welinton Prado (PROS – MG), regulamenta a atuação do Engenheiro de Proteção contra Incêndio. “O projeto propõe que a regulamentação seja feita nos mesmos moldes da Engenharia da Segurança do Trabalho, considerada um sucesso”, conclui.

Cleudiomar Alves Ferreira, diretor executivo de Proteção e Defesa Civil do Estado de Roraima, reforça a importância da especialização em cada uma das áreas contra incêndio. “Vamos ter várias engenharias de combate. Cada área deve ter a sua especialização, já que requer conhecimento diferenciado”, afirma.

Publicidade

Para Hayman Apolo, coronel do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Pará, a especialização e preparação dos colaboradores do setor é fundamental e avanços já estão ocorrendo. “No Pará, o profissional já sai da academia bacharel em Segurança de Incêndio e Emergência. O curso já foi aprovado pelo Conselho Estadual de Ensino. Também estamos em um processo para reconhecer o Instituto de Ensino de Segurança do Pará junto ao CREA”.

Rogério Lin, superintendente da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ANBT), aponta que as modificações levantadas são possíveis e necessárias, mas demandam um trabalho intenso. “Acredito que a unificação de regulamentações seja um caminho eficiente a percorrermos. Mas é preciso ressaltar que não criamos regulamentos, mas bases técnicas para que os reguladores possam adotá-las como normas. Também acredito que a unificação de estatísticas contribua muito para o nosso trabalho, fornecendo dados relevantes para melhorarmos problemas sérios, afinal, sempre queremos prevenir tragédias. No entanto, tudo depende de um conjunto de normas bem escritas, boa fiscalização e profissionais de base com bons projetos. É um trabalho incansável, longo. Por fim, ressalto que o papel do engenheiro de segurança contra incêndio é muito importante. É um dos cargos mais valiosos no exterior, de alta complexidade e entendimento multisetorial, que precisa ser valorizado no Brasil”, conclui.

A FPMSCI foi criada em 2015 com o objetivo de ampliar a discussão e o debate junto à sociedade civil organizada sobre o problema de incêndios em todo o território naciona e foi reinstalada em 2019 sob a presidência do deputado Guilherme Derrite. Vislumbra frentes de ação convergentes que trabalham pela melhoria da qualidade de equipamentos e instalações de segurança, buscam melhorias na legislação contra incêndio, capacitação e qualificação específica para profissionais da área de segurança contra incêndio, e querem aperfeiçoar e padronizar a coleta, inteligência e divulgação de dados no Brasil.

Para o deputado federal Vitor Hugo (PSL-GO), a restauração da Frente Parlamentar em 2019, contribui para o progresso do segmento como um todo. “É uma grande satisfação trabalhar ao lado de profissionais tão competentes. Queremos desenvolver legislações potencializadoras dos Corpos de Bombeiros de todo o Brasil. Essas iniciativas serão sempre bem sucedidas no parlamento”, conclui.

Segundo o coronel PM Walter Nyakas Junior, coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil, a Frente Parlamentar pode ser uma grande aliada para reunir recursos capazes de aprimorar as defesas civis municipais. “Em São Paulo, buscamos ferramentas para fazer frente contra casos recorrentes e mobilizamos o grupo para levantar recursos das emendas impositivas dos deputados para melhor equipar as defesas civis municipais. Em Brasília, buscaremos as mesmas oportunidades”.

Já para o coronel Alexandre Lucas, secretário nacional da Defesa Civil, a reunião do grupo marca o início de uma nova era de representatividade política no Brasil. “Precisamos ter voz no congresso nacional para pautar novas políticas públicas. Precisamos trabalhar nas questões das emendas parlamentares e precisamos investir na convergência das questões dos profissionais de Gestão de Riscos e Desastres no aprimoramento da nossa legislação. Temos vários Projetos de Lei em andamento neste sentido. Apenas de defesa civil, temos 36. Precisamos acompanhar todos de perto”.

De acordo com o coronel Max Mena, comandante do Corpo de Bombeiros Militar de São Paulo, destaca que a comissão “tem um propósito muito importante para a prevenção e contenção de incêndio no Brasil, assim como para a disseminação de informações relevantes a todos os estudiosos do setor”.

Related Articles