Guilherme Bini: culturas agrícolas sustentam o seguro rural

Confira artigo do presidente do Sindicato das Seguradoras do Rio Grande do Sul (Sindseg RS)

O Rio Grande do Sul enfrentou por três anos consecutivos fortes estiagens, que prejudicaram sobremaneira o setor do agronegócio. Isso determinou um aumento expressivo dos pedidos de indenizações do seguro rural. Contudo, tal cenário não se repete neste ano, inclusive há a perspectiva de boa safra. Embora o seguro rural tenha caído 27,8% no Estado segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), as perspectivas para este tipo de modalidade são positivas.

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Não há dúvidas de que o mercado de seguro rural teve um sensível aquecimento nos últimos anos. Dados do Mapa indicam que 16 mil produtores gaúchos contrataram 22,2 mil apólices de seguro em 2023. A retração observada atualmente, contudo, se deve a vários fatores que não apenas o clima. É possível perceber que, na última safra, o produtor detinha uma margem de lucro menor em função do aumento do custo de produção e da queda do preço da commodity. Com isto, muitos produtores do campo repensaram a condição de contratar o seguro agrícola. Outro ponto é a diminuição das subvenções do Governo Federal, que obriga muitos produtores a arcarem com a despesa integral do seguro.

Porém, o cenário brasileiro de seguro rural aponta para uma perspectiva de crescimento. Um dos motivos é a variedade de culturas agrícolas brasileiras cobertas pelo seguro. Levando ao zoneamento, que oportuniza as chamadas “janelas de plantio”. No Estado, estamos começando a comercialização dos seguros para os grãos de inverno, como cevada, canola e trigo. Em seguida, iniciaremos as vendas para seguro de frutas, que interessam especialmente à região da Serra gaúcha.

É fato que os eventos climáticos têm influência nas contratações do seguro agrícola. Basta observar o volume de indenizações dos últimos anos. Porém esses mesmos efeitos que levam a uma procura maior pelo seguro, também são responsáveis pela elevação do custo do produto, o que nos remete novamente à questão da necessidade da subvenção do Governo. Mas é mais do que isso. A seca histórica, assim como os ciclones e tempestades, que acometeram o Rio Grande do Sul no último ano, ensinaram a se dar a devida importância ao seguro. Afinal, quanto maior o risco, maior é a preocupação do produtor rural. E o seguro agrícola é uma ferramenta de proteção não somente para o produtor, mas também para toda a sociedade.

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