História de superação e solidariedade por meio do esporte encerra Websérie Você Sempre Bem

Apaixonada por corrida, Neide Santos criou o Vida Corrida após morte do filho. Hoje o projeto atende centenas de crianças e adultos e visa integrar a comunidade e promover a cidadania no bairro Capão Redondo, na capital paulista

Um exemplo de superação, cidadania e transformação por meio do esporte foi o tema escolhido como o sexto episódio da Websérie Você Sempre Bem (http://bit.ly/VSBep06), uma campanha da Sompo Seguros S.A. que apresentou semanalmente relatos de pessoas que superaram dificuldades, conquistaram objetivos que não só mudaram suas vidas, mas também os estimularam a fazer do próprio exemplo uma ferramenta de transformação. O episódio que encerra a série traz o relato de Marineide dos Santos, conhecida como Neide, que em sua paixão pelas corridas encontrou uma forma para superar o drama da perda de um filho ao mesmo tempo em que atua pela mudança social por meio do Projeto Vida Corrida, que promove a inclusão social, saúde, autoestima e qualidade de vida para as meninas e mulheres do bairro Capão Redondo, na zona Sul da capital paulista, por meio do atletismo na modalidade corrida de rua.

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Mudança social com os pés e o coração

O lema da Associação de Moradores Adventista da Cohab, “Mudança social com os pés e o coração”, reflete um pouco da história de vida de sua fundadora, Neide Santos. Baiana de Porto Seguro, conheceu o esporte aos 14 anos por meio de aulas de educação física na escola. Esse era seu único lazer, já que assim que a aula terminava, tinha que voltar para casa para trabalhar e cuidar dos irmãos. Certa vez, um professor de educação física a chamou para substituir uma aluna da escola numa competição de revezamento 4 x 100. Com as explicações básicas sobre a modalidade, sobre a qual não conhecia muito, ganhou sua primeira medalha. Daí decidiu: iria correr para o resto da vida e colecionar um monte de medalhas.

Mesmo com o incentivo do professor, que dizia que ela poderia vir a ser uma medalhista olímpica, Neide teve que abandonar os treinos para cuidar dos irmãos e trabalhar. Aos 20 anos, ficou viúva com um filho pequeno para criar. Casou-se novamente e teve outros dois filhos. Em 1998, as mulheres da comunidade do Capão Redondo a convidaram a ensinar-lhes a corrida no Parque Santo Dias, local em que praticava a atividade física. Então formou seu primeiro grupo de corrida.

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Vendo sua atuação com as mulheres, um de seus filhos sempre lhe pedia para atender às crianças da comunidade, que ao seu ver, estavam “se perdendo” pela falta de orientação e atividades de lazer. Esse mesmo filho morreu em setembro de 2000 em decorrência de um assalto praticado por um menor de idade. Em seu momento de luto, Neide decidiu: teria de reescrever sua própria história.

Com a ajuda das mulheres do grupo de corrida, Neide começou a atender às crianças do bairro. Dessa forma o Projeto Vida Corrida, que começou oficialmente em 1999, e contava com 6 integrantes; conta atualmente com mais de 350 participantes, dentre esses 87% são mulheres e meninas com idade entre 4 e 80 anos. Os treinamentos de corrida de rua acontecem dentro do Parque Santo Dias, no bairro do Capão Redondo, zona Sul da cidade de São Paulo. As atividades desenvolvidas reforçam o vínculo comunitário entre os participantes e contribuem para fortalecer os laços familiares, uma vez que as mães convidam outros membros da família para participar. Além disso, promove uma interação entre os moradores com o parque e o equipamento público. A relevância do projeto já foi reconhecida em diversas oportunidades, a exemplo da 10ª edição do Prêmio Anu, que é um prêmio realizado pela Central Única das Favelas (CUFA) cujo intuito é destacar todos os tipos de ações ocorridas dentro de favelas brasileiras, que contribuam para o desenvolvimento humano e social da comunidade, entre outros. Em 2016, Neide teve a oportunidade de conduzir a tocha olímpica. “Com tudo isso realizado, não só eu, como uma comunidade inteira começou a se sentir importante. Esses acontecimentos fizeram com que todos vissem que o que a gente faz é relevante. E continuamos trabalhando para continuar a conquista diária: num passo na frente à frente do outro”, considera.

 

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