Investimento das transportadoras em projetos de segurança reduzem os riscos nas estradas
O transporte de cargas, principalmente no modal rodoviário, requer atenção intensificada por parte das empresas deste segmento. Isso porque, apesar de formarem somente 5% da frota veicular no Brasil, os veículos pesados, representados por caminhões, são os responsáveis por mais de 40% dos acidentes fatais em rodovias federais brasileiras, de acordo com o Anuário Estatístico da Polícia Federal, realizado neste ano.
De acordo com os cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o prejuízo por consequência desses acidentes supera R$ 12 bilhões e pode chegar a R$ 50 bilhões se incluídos auxílios assistenciais e despesas médicas.
Esse alto número de incidentes envolvendo os veículos do setor rodoviário de carga se dá muito pela falta de planejamento e de investimento em projetos, em conscientização de segurança e em manutenção preventiva dos veículos dentro das empresas com seus funcionários.
Segundo Gislaine Zorzin, diretora administrativa e de novos negócios da Zorzin Logística, o investimento no quesito segurança precisa começar nos motoristas. “Acreditamos que a tecnologia é parte fundamental para evitar ocorrências que possam colocar em risco a segurança da operação. Porém, antes da tecnologia, é necessário e primordial cuidar da saúde e do bem-estar dos motoristas e de toda equipe, pois, a tecnologia por si só não evita acidentes – quem pode evitá-los é o motorista que está operando o caminhão. Por isso, assegurar o bem-estar destas pessoas é primeira necessidade para termos operações mais seguras”.
As inconsistências do diesel e os demais custos da inflação que afetam o transporte rodoviário de cargas, fazem caminhoneiros a esticarem a jornada de trabalho para reduzir o custo do frete e deslocamento, o que resulta em muitas autuações por descumprimento da Lei do Descanso.
Segundo estatísticas da Polícia Rodoviária Federal -, fornecidas a pedido da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), em 2022 foram 50.467 autuações por excesso de jornada, contra 15.825 de janeiro a junho de 2021.
“Com os projetos aplicados na Zorzin, já percebemos inúmeras mudanças, principalmente comportamentais e de responsabilidade ao dirigir. Nosso objetivo é que todos entendam que essas ações são necessárias e que refletiram não só na vida profissional, mas na vida pessoal. A importância é diminuir, – cada vez mais -, a probabilidade de acidentes e fazermos o que for possível para mitigar riscos, pois é um investimento tanto para a vida do colaborador, quanto da empresa”.
Gislaine finaliza: “O investimento e o foco nas pessoas são fundamentais, e trazer o colaborador para perto da empresa, criando um ambiente seguro e uma gestão humanizada, são as coisas que contribuem para o aumento da satisfação e do engajamento de todos em suas rotinas”.