IRB Brasil RE registra lucro líquido de R$ 80,5 milhões no primeiro trimestre de 2022

Resultado financeiro e patrimonial do ressegurador cresceu 150,6%

O IRB Brasil RE divulgou, na segunda-feira (16), os resultados referentes ao primeiro trimestre de 2022 (1T22). O ressegurador apurou lucro líquido de R$ 80,5 milhões, valor 58% maior se comparado aos R$ 50,8 milhões verificados no mesmo período do ano passado.

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“Registramos melhora do resultado em um trimestre desafiador, dando mais um passo na direção da recuperação da rentabilidade da companhia. A disciplina na execução da estratégia de aumentar o peso do mercado local no portfólio, diluir a concentração por negócio e ajustar preço ao risco, aliada à eficiência operacional e ao bom desempenho financeiro, vem trazendo melhorias graduais em nossa margem. Nesse trimestre, ressaltamos a alta pontual na sinistralidade do segmento Rural, devido a questões climáticas, assim como o impacto da Covid-19, principalmente no segmento de Vida. Destacamos que não houve efeito relevante, neste trimestre, dos negócios subscritos antes de junho de 2020. Lembramos, entretanto, que, devido às características naturais de nosso negócio, eventuais variações podem ocorrer nos próximos trimestres”, avalia o CEO do IRB Brasil RE, Raphael de Carvalho.

Prêmios emitidos

No 1T22, o volume total de prêmios emitidos pelo IRB Brasil RE apresentou crescimento de 4% em relação ao 1T21, alcançando R$ 2,005 bilhões, comparados ao R$ 1,931 bilhão do mesmo período do ano anterior. O prêmio emitido no Brasil totalizou R$ 1,240 bilhão no 1T22, um incremento de 18,8% em relação ao mesmo período de 2021. Destacam-se as linhas Rural (+54,5%), Vida (+30,8) e Patrimonial (+23,4%). Já os prêmios emitidos no exterior totalizaram R$ 764,6 milhões, queda de 13,7% em relação ao 1T21. Os números estão em linha com a estratégia do IRB Brasil RE e mostram crescimento da participação do mercado local na carteira da companhia, passando de 54% no 1T21 para 62% no 1T22.

“O primeiro trimestre é um importante período de renovação de negócios para o IRB. A renovação dos contratos que desejávamos reter chegou a 86%, incluindo o mercado doméstico e internacional. Resultado superior ao do 1T21. Além disso, fechamos 87 novos negócios, seguindo a estratégia de subscrever riscos que tragam crescimento e rentabilidade à companhia”, afirma Daniel Veiga, vice-presidente de Danos, Responsabilidades e Riscos Especiais.

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Conforme divulgado pelo IRB Brasil RE anteriormente, a estratégia de atuação geográfica da companhia tem foco no Brasil, com negócios locais respondendo por no mínimo dois terços do portfólio. Já a atuação no mercado internacional tem como prioridade a América Latina. A participação nos demais mercados se dará de maneira complementar, visando a diversificação de risco, sempre com foco no crescimento com rentabilidade.

“Vale mencionar que a aprovação em nossa última assembleia de acionistas da elevação do capital autorizado em R$ 1,2 bilhão abre espaço para acelerar a implantação da nossa estratégia. Nesse sentido, já contratamos assessores financeiros que vão nos auxiliar na análise das opções de fortalecimento da nossa estrutura de capital para fazer frente aos desafios e oportunidades que temos pela frente”, informa Raphael de Carvalho.

O total do prêmio retido foi de R$ 1,398 bilhão, com decréscimo de 8,9% em relação ao 1T21, por conta do maior volume de prêmios retrocedidos. Sem o efeito do LPT (Loss Portfolio Transfer), o prêmio retido teria crescido 5,4% em relação ao 1T21. Por fim, o total de prêmio ganho foi de R$ 1,151 bilhão no 1T22, 20,8% inferior ao 1T21, em consequência da maior constituição de provisões técnicas e do impacto do LPT. Excluindo o efeito da operação de LPT, o decréscimo seria de 5,8%, compatível com o movimento de prêmios emitidos.

Sinistralidade

No 1T22, o sinistro retido total foi de R$ 933 milhões, uma redução nominal de 11% em relação ao 1T21. O índice de sinistralidade total no 1T22 foi de 81%, apresentando uma alta de 8,9 p.p. ante o mesmo trimestre do ano anterior, de 72,1%. Excluindo-se o efeito do LPT, a sinistralidade foi de 82,8%. O aumento da sinistralidade foi causado por efeitos climáticos atípicos no segmento Rural e por consequências da Covid-19, principalmente no segmento de Vida. Se normalizarmos esses efeitos atípicos, teríamos uma sinistralidade de 67,5%.

Em termos nominais, o sinistro retido no Brasil saiu de R$ 454,9 milhões no 1T21 para R$ 714,9 milhões no 1T22. Isso correu, principalmente, devido aos segmentos Rural e Vida. Já no exterior o sinistro retido apresentou redução de 63,3%, para R$ 218,1 milhões no 1T22, um efeito da nova estratégia da companhia.

“A alta na sinistralidade da linha Rural, em especial no Brasil, atingiu cerca de 112% no trimestre, refletindo os eventos climáticos observados principalmente no sul do Mato Grosso do Sul, centro-oeste do Paraná e no Rio Grande do Sul. É um fato extraordinário com efeito em todo o setor de seguros e resseguros. Vale ressaltar que, além de proteções de carteira contratadas pelo IRB, a diversificação geográfica do portfólio atenua os efeitos adversos. Registramos ainda cerca de R$ 64 milhões de sinistros por conta de Covid-19 nesse trimestre, um incremento de mais de 160% em relação ao mesmo período do ano passado. Com o arrefecimento da pandemia, espera-se que o impacto por Covid-19 seja cada vez menos relevante”, explica Wilson Toneto, vice-presidente Técnico e de Operações do IRB Brasil RE.

Resultado financeiro e patrimonial

No 1T22, o resultado financeiro e patrimonial teve alta de 150,6% e foi positivo em R$ 259,6 milhões, frente a um resultado positivo de R$ 103,6 milhões no primeiro trimestre de 2021. Destacamos o registro de evento não recorrente no montante de R$ 150,2 milhões referente ao ganho de ações judiciais que discutiam tributos. As despesas gerais e administrativas no 1T22 totalizaram R$ 70,3 milhões, um decréscimo de 28,7% em relação ao 1T21. O índice de despesa administrativa foi de 6,1% no 1T22.

O IRB Brasil RE acompanha dois indicadores regulatórios importantes: o primeiro em relação à cobertura de provisões técnicas, que se encontrava devidamente enquadrada em 31/03/2022. Já o segundo versa sobre suficiência do Patrimônio Líquido Ajustado (PLA) em relação ao capital mínimo requerido (CMR), tendo o PLA superado em 105% o CMR. O enquadramento da companhia em relação aos parâmetros de solvência estabelecidos na legislação e regulamentação é reforçado pela verificação do índice de solvência total – comumente utilizado no exterior – correspondente a 231%. Este índice afere a suficiência do patrimônio total em relação ao mesmo CMR.

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