IRB(Re) registra lucro líquido de R$ 79,1 milhões no 1T24

Índice de sinistralidade apurado no 1T24 é de 58,2%, registrando queda de 19,1 p.p. ante 1T23

O IRB(Re) registrou lucro líquido de R$ 79,1 milhões no primeiro trimestre de 2024 (1T24). O valor apurado nos três primeiros meses do ano é maior que o reportado um ano antes, R$ 8,6 milhões. Os números, divulgados  nesta segunda-feira (13/05), consideram a Visão Negócio e mostram a evolução do ressegurador, que obteve resultado positivo pelo quinto trimestre consecutivo.

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“Antes de comentar o nosso resultado, gostaria de prestar a minha solidariedade a toda a população do Rio Grande do Sul, que continua sofrendo com o impacto das enchentes. Pagar sinistros é a principal responsabilidade do mercado de seguros. Estamos em contato como nossos clientes e nos comprometemos a fazer análises e pagamentos o mais rápido possível”, afirma Marcos Falcão, CEO do IRB(Re).

“Sobre o 1T24, reforço que trabalhamos para produzir resultados sustentáveis, no longo prazo, e, mais uma vez, nossos números mostram que estamos evoluindo. Neste início de ano, destaco ainda o pagamento antecipado de R$ 90 milhões, referentes à terceira emissão de debêntures, e o recebimento de precatórios no valor de R$ 277 milhões. Além disso, encerramos o trimestre com 169% de solvência. Vamos seguir controlando os itens que estão sob nossa gestão: preço, despesas e custos”, comenta Falcão.

Resultado de subscrição positivo

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O resultado de subscrição do IRB(Re) também avançou e fechou o 1T24 positivo em R$ 122,4 milhões, ante R$ 3,7 milhões no 1T23. A linha rural registrou o maior resultado nominal, com R$ 74,1 milhões no 1T24. Percentualmente, o maior crescimento foi verificado na linha patrimonial: 209,9%, de R$ 16 milhões no 1T23 para R$ 50,1 milhões no 1T24. Vale destacar que o resultado de subscrição no Brasil passou de R$ 15,8 milhões, no 1T23, para R$ 169,4 milhões positivos, no 1T24. Já no exterior, no 1T24, o resultado de subscrição foi negativo em R$ 47 milhões, ante R$ 12,1 milhões negativos no 1T23.

Em linha com a estratégia de concentração de negócios no Brasil e redução da participação no exterior, o prêmio emitido total caiu 9,1% na comparação com o 1T23, registrando R$ 1,440 bilhões. A participação de negócios firmados no Brasil teve alta, alcançando 74% do portifólio. Esse percentual era de 64% um ano antes. Em relação ao volume, houve crescimento de 5,3% no prêmio emitido no Brasil na comparação com o 1T23: R$ 1,060 bilhão. Já o prêmio emitido no exterior, que representou 26% do portifólio, totalizou R$ 379,9 milhões no 1T24, queda de 34,2% em relação ao 1T23.

“Podemos observar a constante evolução dos resultados de subscrição, decorrentes da limpeza da carteira realizada em 2023. Alguns ramos ainda apresentam resultados negativos, mas a progressão é positiva se comparada com o mesmo trimestre do ano anterior. Neste 1T24, com foco na execução da nossa estratégia, renovamos 90% de todos os negócios que desejávamos manter. Seguimos com uma carteira diversificada e com novos negócios. Em relação aos facultativos, por exemplo, houve crescimento de 68% em novos negócios efetivados no Brasil, quando comparado com mesmo período do ano anterior”, explica Daniel Castillo, vice-presidente de Resseguros do IRB(Re).

“Nossa estratégia de subscrição continua centralizada no Brasil. Atingimos a meta de realizar 70% dos negócios no país. Consolidamos a participação no mercado local, alavancando nossas vantagens competitivas. Em 2024, um passo à frente, acreditamos que negócios na América Latina podem responder por 20% do portifólio e outros 10% nas demais exposições internacionais. No 1T24, nosso percentual de prêmios na América Latina ficou em 6,2%, ainda muito baixo, uma vez que as renovações destes negócios só vão ocorrer no terceiro trimestre, visto que a maior parte dos clientes latino-americanos renovam seus negócios em 1º de julho”, comenta Castillo.

Sinistro retido total caiu 43,3%

O sinistro retido total caiu 43,3%, na comparação do 1T24 com o 1T23, fechando em R$ 528,8 bilhões. Com isso, o índice de sinistralidade passou de 77,3% para 58,2%, uma queda de 19,1 p.p.. A companhia também melhorou o índice combinado – que inclui sinistralidade, comissionamento e demais despesas – em 11,9 p.p., passando de 110,9%, no 1T23, para 99%, no 1T24.

“Considerando a geografia, a sinistralidade foi de 44,7% no Brasil e 93,3% no exterior. Analisando a curva, trimestre a trimestre, verificamos uma pequena deterioração no Brasil e uma redução de 33 p.p. na sinistralidade no exterior, considerando o 4T23. Acreditamos que as ações que executamos de ajuste de preços, redução de exposições com cancelamento ou diminuição de participações em diversos contratos, além do alinhamento de condições comerciais e modificações técnicas nos negócios renovados, contribuem para a melhora gradativa deste índice”, afirma Castillo.

Redução do endividamento

O IRB(Re) informou que o índice de endividamento da companhia fechou o 1T24 em 13%. “Nosso índice de endividamento, que aqui foi medido pela relação entre as debêntures e o patrimônio líquido, reduziu em virtude da quitação das debêntures em outubro de 2023. No segundo trimestre, veremos uma nova queda, com o resgate antecipado das debêntures da terceira emissão, o que diminuirá também nosso serviço da dívida”, explica Falcão.

As despesas gerais e administrativas do IRB(Re), no 1T24, totalizaram R$ 75 milhões, comparado aos R$ 88 milhões no 1T23, quando houve pagamento de R$ 25 milhões referente ao acordo com o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ).

O resultado financeiro e patrimonial da companhia, no 1T24, foi de R$ 141,6 milhões, praticamente em linha com o resultado do 1T23, impactado pelo menor volume de ativos financeiros e menor taxa de juros. “Encerramos o primeiro trimestre com R$ 8 bilhões em ativos financeiros. A alocação destes recursos, de modo geral, pode ser dividida entre aproximadamente 60% de ativos no Brasil e 40% no exterior”, conta Paulo Valle, diretor-geral da IRB(Asset), braço de investimentos do ressegurador.

Suficiência nos indicadores regulatórios

O IRB(Re) deve observar dois indicadores regulatórios, conforme dispõe normativo da Susep, órgão responsável pela supervisão do setor de seguros e resseguros: Índice de Suficiência de Patrimônio Líquido Ajustado em relação ao Capital Mínimo Requerido (CMR) e o Índice de Cobertura de Provisões Técnicas. Em 2023, a companhia apresentou suficiência em ambos os índices.

“O primeiro indicador fechou o 1T24 com suficiência de R$ 697,1 milhões, ou seja, 69% acima do capital requerido, o melhor patamar desde setembro de 2021. Ressalto que, com a melhor seleção de riscos, reduzimos a necessidade de capital mínimo requerido em R$ 572 milhões no 1T24. O indicador de suficiência de garantia encerrou o primeiro trimestre com suficiência de R$ 370,1 milhões”, diz Thais Peters, diretora de Controles Internos, Riscos e Conformidade do IRB(Re).

IFRS 17

O IRB(Re), além de reportar seus números considerando a Visão Negócio do IFRS 4, adotada pelo nosso regulador setorial, a Susep, e utilizada pela empresa para tomar suas decisões, publicou seus resultados do 1T24 em IFRS 17, conforme exigência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A norma internacional, direcionada ao mercado de seguros e resseguros, trata os fluxos operacionais trazidos a valor presente, considerando o valor do dinheiro no tempo.

Considerando a metodologia do IFRS 17, o resultado da companhia no 1T24 foi positivo em R$ 226,8 milhões, ante prejuízo de R$ 24,6 milhões no 1T23. “A análise dos dados em IFRS 17 exige olhar para períodos mais longos. Neste trimestre, podemos dizer que o resultado foi impactado pelas quedas da sinistralidade e da receita de resseguros, devido ao volume menor do prêmio emitido. Além disso, registramos aumento no resultado financeiro de resseguro pela variação das taxas de desconto e pelo alongamento da curva de pagamentos dos sinistros já provisionados”, afirma Falcão.

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