Marco Mendes: A fonte dos riscos é cyber

Confira artigo do especialista em Risco Cibernético da Aon Brasil

Em uma realidade feita de dados, eles são os bens mais valiosos que uma companhia tem. É a partir da informação coletada no dia a dia, com base em suas operações e relações, que a empresa tem chance de tomar melhores decisões para o futuro. Comprometer esses dados pode levar a questões de imagem e confiança, regulatórias e, até mesmo, a processos. Além disso, é preciso acompanhar a constante mudança no mercado de riscos cibernéticos e de tecnologia.

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Para inovar e crescer, é preciso investir de forma controlada. Trazer um processo de governança para a gestão de riscos cibernéticos pode posicionar melhor a organização frente a seus concorrentes, seja para atender a contratos internacionais, angariar investimentos ou contingenciar possíveis exposições.

O Cyber, seguro para riscos cibernéticos, é uma ferramenta abrangente que lida com questões relacionadas ao vazamento de dados e ao comprometimento de rede e visa a diminuir o custo e a exposição da companhia, protegendo seu balanço em caso de um incidente cibernético. Tem várias coberturas que vão interagir com sanções e penalidades trazidas pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

A LGPD cria bases legais sob as quais as empresas podem ser responsabilizadas quanto ao vazamento de dados. Diante disso, as corporações podem responder ao incidente diminuindo a sua proporção e tendo parte dos custos relacionados a essa ação cobertos pela apólice. É possível reembolsar valores gastos com investigações administrativas abertas pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e outros reguladores.

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A gestão de um negócio sempre tem falhas em processos e diretrizes internas, que podem ter impacto significativo para a avaliação do risco. Por isso, é preciso ter medidas de contenção. Políticas de segurança de informação são fundamentais à estratégia corporativa, e o seguro é um ótimo adicional, por reafirmar as boas práticas que já vêm sendo adotadas pela empresa.

O Cyber deve se tornar o seguro mais procurado pelas organizações nos próximos anos. Cobre um risco latente, tem pago indenizações e possui boa reputação como ferramenta acessória na gestão do risco. Um seguro que hoje cresce mais de 100% ao ano e já tem taxa de sinistralidade na casa dos 80% no Brasil. O risco cibernético pode se tornar a fonte de todos os outros riscos e, ao gerenciá-lo, pode posicionar melhor a empresa em relação a qualquer mercado.

Esse crescimento também é uma perspectiva global, um fenômeno de crescimento expressivo que já dura mais de 5 anos. Atualmente, atinge a marca dos US﹩ 7 bilhões de prêmios emitidos no mundo inteiro, o que nos dá uma ideia do quanto de risco foi transferido e do quanto ainda podemos transferir, considerando as perdas relacionadas ao crime cibernético no mundo. Além disso, a procura e os questionamentos sobre o seguro só aumentam: podemos observar um incremento anual de 150% no volume de novas consultas a respeito do Cyber desde o fim de 2018.

De fato, a pandemia impactou tanto o aumento do risco quanto a percepção do risco. Com mais serviços on-line e mais consumidores navegando, o cenário se torna propício para os criminosos. Existe o fator “busca por informações” e o fator “home-office”. Nos tornamos mais vulneráveis. Precisamos ter a capacidade de olhar para o cenário de segurança, compreender os riscos a ele atrelados e, a partir disso, desenvolver boas apólices para transferir o risco que afeta companhias.

*Por Marco Mendes, especialista em Risco Cibernético da Aon Brasil.

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