Mercado de seguros já registrou R$ 1,7 bilhão em indenizações no Rio Grande do Sul

A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) reuniu dados até o dia 23 de maio para traçar um panorama dos efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul nos produtos de automóvel, residencial, habitacional, agrícola, grandes riscos e outros. De acordo com as estatísticas iniciais apresentadas em coletiva de imprensa, o levantamento feito pela entidade junto às suas 140 associadas, entre 28 de abril e 22 de maio de 2024, aponta que a população atingida já registrou 23.441 avisos de sinistros, somando R$1,673 bilhão em indenizações que serão pagas aos clientes.

Publicidade

O ramo residencial + habitacional lidera o número de sinistros notificados, com 11.396 ocorrências, seguido pelo setor de automóveis, com mais de 8 mil sinistros. O setor agrícola registrou pouco menos de mil sinistros, enquanto outros ramos somaram 2.450 sinistros.

Sob a coordenação do presidente da entidade, Dyogo Oliveira, o encontro discutiu os efeitos das chuvas intensas na região. Ele destacou que os bens pessoais, incluindo itens de valor sentimental, foram fortemente afetados, e muitas pessoas ainda estão aguardando um momento de calma para fazer suas notificações de sinistro. No entanto, as seguradoras têm adotado procedimentos ágeis para acelerar os pagamentos dos sinistros. “Muitas seguradoras já estão realizando pagamentos no Rio Grande do Sul, e temos notícias de que os pagamentos estão sendo feitos em até 48 horas”, afirmou.

Para agilizar o processo, várias seguradoras simplificaram os procedimentos, dispensando até mesmo a recolha de salvados e auditorias. “As vistorias foram simplificadas ao máximo, e as equipes de regulação foram reforçadas nas suas sedes, criando grupos específicos para atender a demanda no Rio Grande do Sul,” explicou Oliveira. “O objetivo é garantir um atendimento rápido e eficiente, assegurando que os segurados recebam o suporte necessário o mais rapidamente possível.”

Publicidade

Na ocasião, Dyogo Oliveira ressaltou a magnitude do desastre, afirmando que se trata do maior sinistro de ordem climática do Brasil. “Embora estejamos diante de um evento singular e de grande magnitude, não creio que isso cause impactos duradouros nas políticas das empresas ou no custo do seguro. Como mencionei anteriormente, todo o sistema de regulação e reservas foi cuidadosamente elaborado para lidar com situações excepcionais como essa”.

Riscos e automóveis representam os maiores valores em termos de impacto financeiro, mas esses números devem crescer consideravelmente até o final do processo de recuperação. “É importante destacar que esses valores são baseados nos sinistros já avisados. A maioria das pessoas ainda não notificou seus sinistros porque estão focadas em questões mais urgentes, como cuidar de seus parentes, garantir sua sobrevivência e proteger seus bens pessoais. É natural que o registro de sinistros demore um pouco mais”, ressaltou Oliveira.

A expectativa é que, à medida que a situação se estabilize, mais notificações de sinistros sejam realizadas, aumentando os valores de indenizações. A CNseg e as seguradoras estão unidas para enfrentar esse desafio, garantindo atendimento aos afetados.

Artigos Relacionados