Moody’s reduz perspectiva para o setor bancário brasileiro para ‘negativa’

Condições operacionais para as instituições financeiras podem se deteriorar nos próximos 12 a 18 meses

A Moody’s alterou de “estável” para “negativa” a perspectiva para o setor bancário brasileiro, diante do “choque sem precedentes” causados pela pandemia do coronavírus.

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De acordo com a agência de classificação de riscos, as condições operacionais para as instituições financeiras vão se deteriorar nos próximos 12 a 18 meses, pressionando a qualidade de ativos.

“A queda inesperada na economia, o declínio da renda familiar e o aumento do desemprego vão pressionar a qualidade de ativos dos bancos e reduzir a capacidade de pagamento dos tomadores de crédito, elevando a inadimplência e os custos de crédito”, afirma Ceres Lisboa, vice-presidente sênior da Moody’s, em relatório a clientes.

De acordo com ela, a contração da atividade econômica reduz a demanda por crédito e também torna mais provável a manutenção dos juros baixos por um período prolongado.

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A avaliação da Moody’s é que as medidas de apoio adotadas pelo governo ajudarão o sistema a manter a liquidez em patamar adequado. Ao mesmo tempo, os níveis robustos de capital e de provisões contra devedores duvidosos constituem um colchão para os bancos absorverem as perdas.

“A dinâmica de captação deve manter-se amplamente baseada em depósitos bancários, uma vez que a aversão a risco é crescente entre os investidores. Ao mesmo tempo, as necessidades de capital no sistema como um todo diminuirão e, em geral, permanecerão adequadas para absorver as perdas crescentes”, afirmou a agência.

Para a Moody’s, é alta a probabilidade de suporte do governo a bancos sistemicamente importantes e as medidas recentes relacionadas ao surto de Covid-19 foram equilibradas, “refletindo a disposição das autoridades de proteger a estabilidade financeira”.

 

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