Mundo digital rompe a barreira entre jovens e 60+

Gerações X e baby boomers estão cada vez mais presentes nas redes sociais e usando ainda mais os canais digitais

Podemos não ter nascido nativos digitais, e eu me incluo nesse grupo – pois sou da Geração X, mas, de acordo com levantamento da Kantar Ibope, realizado em 2020 e divulgado no início de 2021, essas gerações estão cada vez mais conectadas.

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Principalmente a população com mais de 60 anos, que ampliou em 66% a quantidade de interações via mídia sociais.

A plataforma preferida deles ainda é o Facebook, com 98% dos acessos, seguida pelo WhatsApp, com 95% – mas também estão utilizando, cada vez com mais frequência, o Instagram e YouTube.

A intensificação da comunicação digital abriu espaço para que os 60+ pudessem, além de se comunicar, mostrar a realidade de uma vida longeva para milhares de pessoas por meio das redes sociais.

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E essa nova realidade revela oportunidades para as áreas de comunicação e marketing das empresas, trazendo possibilidades de aproximação de um público que tem potencial de consumo elevado.

Assim, pelas redes sociais, torna-se possível, por exemplo, a divulgação de conteúdos relevantes que “chamem” a atenção deste público, promovendo uma maior aproximação, reconhecimento e engajamento com a marca. Fato que facilita posteriores contatos e ofertas de produtos e serviços.

O maior desafio é, sem dúvida, conseguir reter a atenção, promover engajamento e também gerar experiências (no relacionamento / atendimento) que estejam adequadas às expectativas dessas faixas etárias.

Por outro lado, também vale registrar que ao desbravar as particularidades dos ambientes virtuais, a parcela sênior do mundo passou a moldar o seu acesso à internet como meio de empoderamento e informação, desmitificando muito do que se era compreendido sobre viver durante o envelhecimento.

Eleni Moretti, conhecida por seu bordão “Gente, vamos almoçar?”, entende bem dessa missão que veio junto a criação de seus perfis: atualmente a “Delícias da Eleni”, como é conhecida e nomeada nas redes, já possuí mais de 2.5 milhões de seguidores e 50 milhões de curtidas apenas no TikTok.

Analisando dados oficiais divulgados pela ferramenta, 66% do público da plataforma possui menos de 30 anos, estando a maioria entre 16 e 24 anos, o que significa que grande parte da audiência desses influenciadores mais experientes é composta pela Geração Z.

Com isso, essa superação da vergonha de “ser velho” e embarque na criação de conteúdos variados, indo do humor, à moda e receitas, traz benefícios não somente aos mais criadores sêniores, mas também à sociedade.

O material produzido pela influenciadora de 68 anos e por outros perfis de sucesso, como da Vó Rosalina, de 88 anos e com mais de um milhão curtidas em dublagens de hits do momento, é uma forma de combater o preconceito com os idosos e fazer com que as gerações recentes também reconheçam as pessoas mais velhas de seus próprios círculos.

O resultado dessa empreitada digital liderada por avós, que muitas vezes foram tidos como um grupo a parte dos processos de inovação, pode construir uma sólida ponte entre gerações para o desenvolvimento de uma sociedade mais inclusiva, conectada entre si e preparada para um futuro mais longevo.

E com a quebra dessas antigas barreiras podemos construir um mundo com mais espaço para todos, sejam crianças, jovens, adultos ou idosos. Um mundo que seja realmente intergeracional.

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