Parcerias devem impulsionar novas contratações de apólices em até 20%

Inovações tecnológicas em toda a indústria e a maior exigência dos clientes também traz a necessidade de diferenciais para as carteiras de seguros

Na tentativa de alavancar vendas e promover a competitividade, seguradoras e corretoras têm agregado serviços e benefícios aos produtos oferecidos por meio de parcerias. A expectativa é aumentar em uma média de 20% as novas contratações em 2017.

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Os últimos dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) apontam que os prêmios diretos do mercado segurador cresceram 4,6% em janeiro deste ano frente igual mês de 2016 (de R$ 8,11 bilhões para R$ 8,48 bilhões).

Segundo o diretor da LTseg, Caio Timbó, apesar de a estruturação de “serviços diferenciados” já ocorrer há alguns anos no mercado, a recessão econômica brasileira acentuou a pesquisa do segurado em relação ao que está sendo contratado.

“E essa competição não vai ficar só para este ano. Uma parceria bem estruturada e que apresente um diferencial frente a concorrência pode ser crucial para a alavancagem das vendas. Nesse sentido, a crise faz com que o segurado preste mais atenção nos pormenores de sua apólice e valorize ainda mais o dinheiro gasto”, identifica.

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Além disso, não apenas as parcerias se destacam mas também o investimento em processos mais ágeis e que facilitem a apresentação e contratação do seguro começam a ganhar espaço entre as seguradoras e corretoras.

A corretora Brasil Insurance, por exemplo, divulgou a parceria com a Ticket, para facilitar a contratação de seguros e benefícios aos seus clientes, por exemplo.

“Frente a preferência por retenção de despesas, é uma tendência cada vez maior apostar em soluções eficazes que suprem 100% da necessidade dos clientes, levando em conta seu perfil e localização geográfica. O atendimento tem que ser primordial”, comenta o CEO da corretora, Luiz Roberto de Salles Oliveira.

Já no âmbito de investimentos, a corretora onlineSmartia investiu R$ 5 milhões em inovações e apostou em parceria com startup para divulgação de serviços, enquanto a Tokio Marine, uma das maiores seguradoras do País, investe, anualmente, cerca de R$ 100 milhões em inovações.

“A busca por agregar produtos e outras facilidades é para trazer insumos que determinem um preço justo e facilitem a forma de venda. No mercado atual promover o lucro está diretamente relacionado a inovar produtos”, avalia o CEO e fundador da Smartia, Ianz Monteiro do Rio.

Ele reforça que, as inovações tecnológicas em toda a indústria e a maior exigência dos clientes também traz a necessidade de diferenciais para as carteiras de seguros.

“Atualmente os produtos estão muito parecidos e o retorno para o segurado, por exemplo, está muito mais fácil e linear. É preciso ter algo a mais para se destacar na competitividade do segmento”, acrescenta Monteiro, da Smartia.

De acordo com os executivos entrevistados pelo DCI, a depender da estratégia das seguradoras, o crescimento pode chegar até 20% ao longo deste ano, transparecendo a maior aderência por meios tecnológicos e pelo maior interesse dos segurados aos benefícios e serviços adicionais oferecidos.

“Tradicionalmente temos visto serviços agregados aos produtos de seguro voltados para pessoa física, porém algumas seguradoras estão passando a estruturar parcerias para produtos para pessoa jurídica, de modo que apólices patrimoniais (de escritórios, galpões e pequenas indústrias) já contam com alguns serviços agregados”, pondera Timbó.

Ele reforça que, nesse cenário, a melhora dos processo e a menor exposição ao risco e o maior controle também favorece o setor. “Este serviço é interessante pois este profissional de seguros agrega a expertise de cases de sinistros, beneficiando tanto o segurado quanto a seguradora nesta troca de experiências”, completa.

Reflexos no preço

O foco em competitividade, por outro lado, também traz reflexos nos preços cobrados.

Ao mesmo tempo que os seguros podem oferecer desconto nos parceiros da seguradora, aqueles produtos que agregarem serviços oferecidos podem implementar um preço mais “salgado” na contratação.

“São três players nesse relacionamento: a seguradora, a corretora e o parceiro. A depender do que a seguradora oferece, se ela diminuir a margem de custos pra ela, com certeza ela consegue baratear no preço. Mas tudo depende de como ela se estrutura”, comenta Monteiro, da Smartia.

“O preço tende a ser muito competitivo porque também acabamos por otimizar o produto, devolvendo tudo mastigado para o cliente. No fim do dia, acaba sendo uma economia, e não um aumento no que é cobrado”, conclui Oliveira, CEO da BR Insurance.

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