Produção industrial tem reação surpreendente em maio

Fabricação de veículos contribuiu para puxar resultado obtido no mês

A produção industrial brasileira teve uma expansão generalizada em maio, surpreendendo as previsões. A taxa do mês, na comparação com abril, cresceu 0,8%, o melhor resultado para o mês em seis anos, e, na comparação anual, teve alta de 4%, mais forte desde fevereiro de 2014 (4,8%). “Há nitidamente uma melhora de ritmo da indústria com duas altas seguidas que repõem a perda de março (de 1,6%). Houve um perfil disseminado de aumento da produção, mas ainda estamos longe de recuperar o que se perdeu”, informou o economista do IBGE André Macedo. No acumulado em 12 meses até maio, a produção tem queda de 2,4%.

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Todas as categorias avaliadas na pesquisa tiveram ganhos, com destaque bens de consumo duráveis (6,7%) e bens de capital, um indicador de investimento, com avanço de 3,5% na comparação com abril. Entre os 24 ramos pesquisados pelo IBGE, 17 tiveram aumento de produção, sendo a maior influência positiva a alta de 9% registrada por veículos automotores, reboques e carrocerias, devido em grande parte à maior fabricação de automóveis e caminhões. Esse resultado foi o mais forte para esse segmento desde dezembro de 2016 (10,4%), segundo o IBGE.

Apesar da melhora em abril e maio, a produção industrial pode ainda sofrer revés diante as incertezas políticas que assolam o Brasil, após delações de executivos do grupo J&F que atingiram Temer em meados de maio, e elevaram os temores de que a reforma da Previdência possa não ser aprovada no Congresso Nacional. “É importante lembrar que até maio as coisas iam bem para a indústria, mas a pesquisa não captou ainda esse momento conturbado do país que se agravou em junho”, completou Macedo.

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